top of page

A insistência da matéria | Esculturas, objetos, serigrafias e instalações | De Lis Marina Oliveira


No dia 22 de dezembro, quinta-feira, a partir das 18h, a Galeria Casa abre ao público a mostra individual A insistência da matéria, da artista visual Lis Marina Oliveira, com curadoria de Carlos Silva. Nesta exposição, a artista apresenta objetos, esculturas, serigrafias e instalações produzidos ao longo de 2022 em que experimenta com diferentes técnicas e materiais como o cimento, o ferro, a pedra, o feltro e o papel. A exposição fica em cartaz até o dia 22 de janeiro, com visitação de terça a sábado, das 14h às 22h, e domingo, das 12h às 20h. A entrada é gratuita e livre para todos os públicos. A Galeria Casa fica no Casapark, Piso Superior, dentro da Livraria da Travessa. No Instagram @galeria_casa.

Foi a partir de 2008, com a fotografia, que Lis Marina retomou e aprofundou suas vivências em arte com ensaios e fotoperformances. O desejo era expandir o plano bidimensional. Logo a seguir, incursionou pela instalação que desdobrou suas pesquisas sobre o objeto, no uso direto, como com as pedras portuguesas da Praça dos Três Poderes, ou com os baldes de metal usados na engenharia civil. “Em 2019, participei da Residência Artística Obra-Arquivo MAB. Nesse momento, a observação do efeito das sobras de concreto sobre o chão desdobrou-se em minha poética num diálogo íntimo entre o espaço e aquilo que o constitui. O museu estava em reforma e desenvolvi a instalação “Rastros Petrificados”. Desde então, invisto na pesquisa de objetos em concreto e cimento, possibilitando desdobrar meus interesses na conjugação de outros materiais, como o vergalhão, a pedra, o feltro, a borracha, as linhas de algodão, o fio inox, o arame e o couro”, diz a artista.

Lis Marina ressalta que em sua produção imprime o gesto da criação por meio de torções, onde a forma cria dobras inesperadas e o labor manual se torna evidente. “Tenho apreço pelo cimento e por formas básicas da geometria. Com elas crio geodésicas, círculos e halos que, ora funcionam como suportes, ora como a obra em si, constituindo conjuntos híbridos onde o espaço, o movimento, o vazio e a memória se consubstanciam.

“Na série “Pré-Sumérios” (I, II e III), por exemplo, manipulei texturas industriais para produzir pequenas estelas com relevos sobrepostos, conectados com uma proto escrita anterior ao uso das letras dos alfabetos conhecidos”, diz a artista. O conjunto se relaciona com uma possível arqueologia imaginária, relacionada às obras de artistas como Lygia Clark, Anna Bella Geiger, Louise Bourgeois e outros que lidam com a dinâmica mutante da linguagem visual. “Trata-se de uma reflexão necessária, materializada nas obras, pois nossa vida e nossos corpos são afetados pelas contradições da civilização e da barbárie”, comenta Lis Marina.

O curador Carlos Silva comenta que para a mostra Lis Marina Oliveira apresenta “um conjunto de obras que dialogam com a escultura e o objeto de arte contemporânea”. E segue: “O recorte aqui apresentado incide sobre a pesquisa da artista com materiais básicos de sua poética, como cimento, metal, pedra e feltro. A apresentação direta dos suportes confirma a tendência a conceber a arte contemporânea como um campo em expansão”.

Sobre a artista

Lis Marina Oliveira é artista visual. Nasceu em 1957 em Rio Verde (GO). Vive e produz em Brasília, tendo chegado à capital em 1972. Sua pesquisa engloba vários campos da arte contemporânea, como fotografia, performance, instalação, objeto e escultura. A rudeza do concreto modernista, típica da cidade, é uma base para o desenvolvimento de suas vivências e de suas derivas. As pedras portuguesas, típicas dos calçamentos que se soltam livremente, passam a compor parte de seu arcabouço poético-objetual. Certos elementos da paisagem natural e cultural tomam lugar em suas pesquisas, como o cimento e o vergalhão. Outra base de sua poética é a insistência em lidar com o obscuro, isso que se apresenta para nós ainda sem nome. A artista busca então, quase em um transe delirante, conjugar opostos e justapor ambiguidades, como suspender o que é pesado, como atravessar uma folha de chapéu de couro com pespontos alinhavados de uma costura primordial, anterior ao sistema técnico-industrial. Dentro de sua pesquisa é possível encontrar poesias que nos levam às nuvens e/ou nos afundam no poço sem fundo da existência humana. Sua obra dá testemunho de uma força que se abre às incertezas do viver.

Sobre o curador

Carlos Silva nasceu em 1963 em Barretos (SP). Vive e trabalha em Brasília desde 1982. Atua como artista visual, historiador, mestre em arte, especialista em psicologia e educação, professor, curador independente, crítico, coordenador de cursos livres e programas educativos em artes visuais, diretor de galeria, consultor, diretor de criação. Foi membro do Conselho de Cultura do DF e professor do Departamento de Artes da UnB. Como curador e assistente, assinou “suspensões”, “a seco”, “fora do lugar” e “100 anos de Athos Bulcão”. Participa de exposições individuais e coletivas. Atua na interface entre arte, história, literatura, psicanálise e filosofia. Publica textos técnicos e poéticos com frequência.

Serviço:

A insistência da matéria

Artista | Lis Marina Oliveira

Esculturas, objetos, serigrafias e instalações

Curadoria | Carlos Silva

Abertura | 22/12/2022 | Quinta-feira

Das 18h às 22h

Onde | Galeria Casa

Casapark, Piso Superior, acesso pela Livraria da Travessa

Visitação | até 22/01/2023

De terça a sábado, das 14h às 22h

Domingo e feriados, das 12h às 20h

Entrada | Gratuita

Classificação Indicativa | Livre para todos os públicos

Instagram | @galeria_casa

Endereço | SGCV Lote 22, Brasília – DF

Contatos | +55 (61) 3403-5300

@casapark

Commentaires


© 2025 por Rodac Comunicação Criativa

bottom of page