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Brasília é tema da exposição que desembarca na Cidade do Porto em Portugal


De 01 de agosto a 27 de outubro de 2024, o Instituto Pernambuco Porto em Portugal apresentará a exposição Brasília - Da utopia à Capital. A exposição apresenta as ideias, personagens e percursos históricos que levaram à criação de Brasília em 1960 e a transformaram em síntese do pensamento modernista brasileiro. Concebida como obra de arte completa, a nova capital representa nova fase de interiorização do Poder Público do país, anteriormente concentrado na faixa litorânea. A mostra faz parte das comemorações do aniversário de 64 anos da cidade comemorado em 21 de abril de 2024 e faz parte do calendário das comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil.


A mostra, que tem curadoria de Danielle Athayde, exibe acervo de aproximadamente 300 obras de arte e documentos, dentre eles, maquetes de edifícios icônicos projetados por Oscar Niemeyer; desenhos e maquete fotográfica do plano urbanístico de Lucio Costa; esculturas de Maria Martins, Bruno Giorgi e Alfredo Ceschiatti;  e fotografias de Marcel Gautherot, Peter Scheier, Jean Manzon e Mario Fontenelle, entre outros artistas modernistas. As obras são provenientes de coleções brasileiras públicas e privadas, dentre as quais o Instituto Moreira Salles, o Arquivo Público do Distrito Federal e a Coleção Brasília — acervo Izolete e Domício Pereira. 


Uma epopeia modernista 

A transferência da capital do Brasil do litoral atlântico para o centro-oeste do seu território, no início da década de 1960, despertou sentimento de euforia desenvolvimentista na população brasileira. Pessoas comuns, movidas pelo desejo de fazer parte do sonho de construção de uma nova cidade, sede do governo, deslocaram-se do conforto de suas famílias e de suas cidades de origem, em especial do nordeste brasileiro, em direção ao centro-oeste. O Planalto Central, no cerrado brasileiro, de horizonte infinito e de terra vermelha, transformou-se em canteiro de obras de proporções épicas, cujos núcleos de acomodações precárias, sendo um deles a Cidade Livre, chegou a abrigar mais de 30 mil trabalhadores durante a construção, que durou 3 anos e 10 meses. 


Concreto aparente 

Os chamados candangos”, trabalhadores oriundos de vários campos de conhecimento e, em geral, pertencentes às camadas populares, aprenderam in situ a dominar o emprego e a manipulação do concreto aparente. O material, elemento marcante do Modernismo brasileiro, não admite erros ou retoques. Ao observarmos, com admiração e espanto, a beleza do projeto urbanístico de Lucio Costa, o Plano Piloto, e a harmonia e perfeição das linhas curvas de Oscar Niemeyer, também estamos a observar a excepcional capacidade artesanal dos candangos, sobretudo na elaboração dos pilares do Palácio da Alvorada, inspirados nas redes de casas de fazenda do período colonial, e dos arcos que sustentam o Palácio do Itamaraty, cujas maquetes compõem a mostra. 


Plano Piloto

O esforço da construção de Brasília, compartilhado por funcionários públicos, arquitetos, artistas e candangos, poderá ser observado em detalhes pelo público presente nos documentos históricos reunidos pela exposição Brasília - Da utopia à Capital. Entre eles, o projeto Plano Piloto, proposto por Lucio Costa. 


A maquete de Brasília, definida por uma área de 21x17 km, Brasília é delimitada, ao sul, pelo Aeroporto Internacional JK; ao norte, pela recente Torre de TV Digital; a leste, pela barragem do Lago Paranoá; e a oeste, pela rodoviária. A Maquete de Brasília foi especialmente concebida para a exposição a partir de imagens de satélite, em alta resolução, medindo 6,00x4,80 metros, considerando a escala de 1:3500.


Comissionamento de artistas 

As etapas da construção da nova capital brasileira, realizadas em ritmo apressado, de vergalhões de aço e andaimes gradualmente cobertos pelo concreto que lhe conferiu singularidade, foram registradas em belíssimos ângulos geométricos pelas lentes dos fotógrafos Peter Scheier, Marcel Gautherot, Jean Manzon, Mario Fontenelle e Jesco Puttkamer. 


Vislumbrada como uma obra de arte completa, com características de museu a céu aberto, o projeto de Brasília comissionou obras a prestigioso grupo de artistas: Athos Bulcão, autor de fachadas, pinturas e azulejos que dão cor ao concreto e se integram à arquitetura, como as fachadas do Teatro Nacional e os painéis de azulejos no Congresso Nacional e na Igrejinha; Marianne Peretti, autora dos vitrais da Catedral Metropolitana; Alfredo Ceschiatti, escultor dos anjos da Catedral; Roberto Burle Marx, artista criador de projetos paisagísticos dos principais espaços públicos da capital, como o Parque da Cidade, o Palácio do Itamaraty, as superquadras, as praças e eixos do plano piloto, além de obras e projetos para seus interiores, para citar alguns. 


Algumas dessas obras e seus estudos serão exibidos no Porto pela primeira vez. É o que ocorre com as obras da Coleção Brasília – Acervo Izolete e Domício Pereira com o modelo para a obra O Rito do Ritmo de Maria Martins, primeira escultura pública da capital, executada a convite de Niemeyer e instalada nos jardins internos do Palácio da Alvorada, residência oficial do Presidente da República. O mesmo pode ser dito de obras de Bruno Giorgi, como Os Guerreiros, de representação dos candangos e símbolo do marco da ocupação artística da capital.


Coleção Brasília

O acervo formado pelo casal Izolete e Domício Pereira constitui-se num caso único. Considerados “pioneiros” em razão de residirem na nova capital desde 1959, onde exerceram cargos no Governo Federal e na Novacap (companhia responsável pela construção da cidade), reuniram um raro conjunto de obras assinadas pelos arquitetos Niemeyer e Costa, assim como pelos artistas comissionados. O conjunto de obras, documentos e objetos representa um recorte das artes visuais do período e da estética modernista que se estabeleceu no Brasil nas décadas de 1950-60.



Curadoria

Além de reunir elementos relacionados à arquitetura que identificam Brasília, a curadoria de Danielle Athayde propõe analisar a produção artística dos anos de construção da capital, assim como nos encaminha olhar para a representação contemporânea da capital. Nesse sentido, comissionou obras aos artistas Alex Flemming, que faz alusão à arquitetura da Catedral, Naura Timm, que apresenta série de esculturas inspiradas pelo Cerrado, bioma em que a cidade foi edificada, Carlos Bracher com a série de pinturas “Brasília”, Darlan Rosa com a escultura Esfera e Pedro de Andrade Alvim com uma série sobre a dualidade entre a erosão da cidade e o surgimento de oásis urbanos.


A exposição Brasília - Da utopia à Capital é o resultado de extensa pesquisa de Danielle Athayde na Fundação Ortega y Gasset, em Madri, na Espanha. A mostra circulou por 12 capitais, dentre elas Paris, Berlim, Moscou, Londres e mais recentemente em Roma.


Mostra de Cinema “Brasília Viva” 


Nessa edição o evento também vai promover a exibição de filmes de ficção e documentários de longa-metragem produzidos ou rodados na capital do Brasil, que é atualmente o terceiro polo de produção audiovisual do país e onde se realiza um dos mais importantes encontros cinematográficos da América Latina, que é o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, este ano em sua quinquagésima sétima edição. 


Os filmes selecionados têm curadoria do realizador e produtor de cinema Ronaldo Duque e abordarão temas diversos, como a história da cidade, sua diversidade cultural e desafios urbanos e sociais, proporcionando uma visão mais abrangente de Brasília para o público em geral. 


Data: 01 a 04 de agosto 2024

Sala Instituto Pernambuco Porto -IPP

19:30 horas 

Entrada gratuita 


Programação:


01/08/2024 – 19:30h


JK, O Reinventor do Brasil

Direção Geral: Fábio Chateaubriand

SINOPSE: JK, o Reinventor do Brasil é um documentário pop em ritmo de podcast, que narra a história de JK, do dia em que ele nasce, ao momento de sua morte trágica e jamais esclarecida. É um pedaço da nossa história, cujos ecos ainda reverberam pelo país.


02/08/2024 – 19:30h


Guerrilha do Araguaia

Direção: Ronaldo Duque

Sinopse: Durante o período de ditadura militar no Brasil, um grupo de soldados de baixa patente foi enviado para a Amazônia a fim de exterminar a chamada Guerrilha do Araguaia, um movimento de luta armada que era contra a ditadura



03/08/2024 – 19:30h


O outro lado do paraíso 

Direção: André Ristum

Sinopse: Em busca de ascensão social, Antônio decide se mudar com toda a família para a recém-inaugurada cidade de Brasília. Porém, da noite para o dia, seus sonhos se transformam em pesadelo quando o país sofre o golpe militar.


04/08/2024 – 16:30h


Hollywood no Cerrado

Direção: Armando Bulcão e Tânia Montoro

Sinopse: Em 85 minutos, são relatadas experiências de vida de sertanejos, missionários, imigrantes europeus, sírio-libaneses e astros de Hollywood que desbravaram o velho Centro-Oeste em busca da Terra Prometida.


04/08/2024 – 19:30h


Eduardo e Mônica 

Direção: Renê Sampaio

Sinopse: Em um dia atípico, uma série de coincidências levam Eduardo a conhecer Mônica em uma festa. Uma curiosidade é despertada entre os dois e, apesar de não serem parecidos, eles se apaixonam perdidamente. Em Brasília, na década de 1980, esse amor precisa amadurecer e aprender a superar as diferenças.


Seminário Brasília Patrimônio, Turismo, Sustentabilidade e a CPLP


O Seminário Global "Brasília: Patrimônio, Turismo, Sustentabilidade e a CPLP" sob coordenação da internacionalista Leiliane Rebouças acontecerá na cidade do Porto, em Portugal, no prestigiado IPP – Instituto Pernambuco Porto Brasil. Essa iniciativa, que faz parte das atividades complementares do projeto "Brasília da Utopia a Capital, tem como propósito promover o diálogo sobre a importância da preservação do patrimônio cultural e natural, não apenas de Brasília, mas também de outras cidades cujos bens são reconhecidos como patrimônio cultural da humanidade. Além disso, o evento busca explorar as oportunidades e apresentar os desafios do turismo sustentável, alinhando-se e discutindo os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela agenda das Nações Unidas a serem atingidos em 2030.


Instituto Pernambuco Porto

O Instituto Pernambuco - Porto é uma associação sem fins lucrativos, de direito privado, constituída em 1996. Tem como objetivo principal estreitar os laços entre o Brasil e Portugal, e subsidiariamente entre o Brasil e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Sua missão é ser um espaço acolhedor para os brasileiros em Portugal, assim como para os portugueses interessados no Brasil e seu desenvolvimento sustentável, integrando todos os que se interessam pela vida e cultura de ambos os países.



Catálogo Digital

Catálogo bilíngue da exposição — inglês e português, 326 páginas — com textos, imagens e extenso memorial documental do projeto, estará disponível para baixar na página da artetude.com.br 


Parceiros

Brasília - Da utopia à Capital é uma realização do IBRANOVA – Instituto de Inovação Cultural e produção geral da Artetude Produções, participação especial da Coleção Brasília. Apoio Institucional do Governo do Distrito Federal, da Adasa e do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, apoio do Conexão Cultura DF e do Fundo de Apoio a Cultura do DF e parceria da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do DF e da Secretaria de Estado de Turismo do DF. 


Informações úteis

Brasília - Da utopia à Capital na cidade do Porto/Portugal

Curadoria: Danielle Athayde


Abertura dia 31 de julho.


Visitação aberta ao público de 01 de agosto a 27 de outubro de 2024. 

segunda a sábado- 10h às 18h


Instituto Pernambuco Porto

Rua das Estrelas 143.

Entrada franca


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