“Elio” – Uma aventura galáctica sobre se sentir parte de algo
- Rodrigo Carvalho
- 18 de jun.
- 2 min de leitura

Por Adriane Bayard
Quando fui assistir Elio, confesso que esperava algo na linha Lilo & Stitch, com aquela mistura de fofura, humor e aventura. E até há um pouco disso, mas o novo longa da Pixar segue por um caminho bem diferente do que estamos acostumados a ver nas produções da Disney — e isso é um acerto.
A primeira surpresa vem logo de cara: Elio não é um musical. Isso mesmo, nada de números musicais entre cenas decisivas. E, sinceramente, isso funciona a favor da narrativa. A história é conduzida de maneira direta, sensível e com um foco muito mais emocional do que espetaculoso, provando que não são necessárias canções para nos emocionar.
A trama gira em torno de Elio, um garotinho criativo, sonhador e solitário que vive com a tia, funcionária de uma divisão do governo ligada a assuntos extraterrestres. Órfão, Elio se sente deslocado no mundo e encontra refúgio em sua imaginação. Até que um dia a fantasia se torna realidade: ele é abduzido por uma entidade alienígena e levado para o Conselho Galáctico, um órgão interplanetário que reúne as formas de vida mais diversas do universo. Por um mal-entendido — ou quem sabe por destino — Elio é confundido com o embaixador oficial da Terra. Agora, cabe a ele representar nosso planeta em decisões cruciais e sobreviver em meio ao caos (com um toque de leveza, claro).
Apesar da premissa mirabolante, o filme é surpreendentemente íntimo e humano. A aventura intergaláctica serve como pano de fundo para discutir temas como solidão, pertencimento e a necessidade universal de ser aceito e amado. Elio fala diretamente ao coração — não apenas das crianças, mas também dos adultos que um dia já se sentiram deslocados ou invisíveis.
Visualmente, o filme é um espetáculo. A direção de arte explora com criatividade as formas de vida alienígena e os mundos distantes, mas sem exageros. Não há grandes reviravoltas, nem a estrutura clássica de vilões e heróis. O foco está mesmo na jornada interna do protagonista e na construção de empatia.
Com direção de Adrian Molina (Viva – A Vida é uma Festa), Elio tem classificação livre, duração de aproximadamente 1h40 e é uma produção Disney/Pixar que equilibra ficção científica e aventura com sensibilidade e profundidade. Se você aprecia filmes que falam sobre conexões humanas — mesmo que entre espécies —, Elio é uma ida ao cinema que vale a pena.
NOTA: 👽👽👽👽👽
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