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Ibovespa desacelera, mas mantém alta impulsionada por PETR4, MGLU3 e PCAR3 em dia de agenda esvaziada

O Ibovespa hoje (12) desacelerou, mas conseguiu manter-se em alta, impulsionado por ações como PETR4, MGLU3 e PCAR3. Esses papéis contribuíram para sustentar o desempenho positivo do mercado, mesmo com a agenda esvaziada nacionalmente. 

A valorização de PETR4 pode estar associada à volatilidade nos preços do petróleo que foram influenciados pelos recentes ataques no Mar Vermelho. Já MGLU3 e PCAR3 podem estar contribuindo para a alta da bolsa brasileira devido ao desempenho positivo dessas empresas específicas.

De acordo com as previsões dos economistas ouvidos pelo Boletim Focus desta semana, há um aumento no otimismo em relação ao crescimento da economia brasileira. A previsão mediana para o crescimento do PIB em 2024 foi revisada de 1,52% para 1,59%. Isso indica uma expectativa positiva em relação ao desempenho econômico no médio prazo.

As projeções para 2023 e 2025 também se mantiveram estáveis, com previsões de crescimento em 2%. Isso sugere uma visão mais conservadora no longo prazo, mantendo uma perspectiva constante para esses períodos.

No que diz respeito à inflação, observamos que as expectativas permaneceram consistentes. A projeção para o IPCA em 2022 se mantém em 3,90%, enquanto para 2025 as expectativas permanecem em 3,50%. No entanto, é importante ressaltar que para 2023 há um aumento nas previsões, que passaram de 4,46% para 4,47%. 

Quanto à taxa básica de juros, conhecida como Selic, as projeções se mantiveram estáveis em 9% para 2024 e 8,50% para 2025 e 2026. Vale destacar que, na última reunião do Copom, a Selic foi reduzida de 12,25% para 11,75%, confirmando as expectativas anteriores. Essa redução pode estimular o crescimento econômico, mas é preciso monitorar os impactos dessa decisão no médio prazo.

No que se refere ao dólar, as estimativas permanecem em R$ 5 até o final deste ano, indicando estabilidade em relação à moeda estrangeira. Para 2025, houve uma leve queda na projeção, de R$ 5,03 para R$ 5,00, o que pode ser interpretado como uma perspectiva de valorização do real frente ao dólar nesse intervalo de tempo.

Câmbio

Nesta sexta-feira, o dólar acelerou as perdas frente ao real, após dados  nos Estados Unidos mostrarem uma inflação ao produtor mais baixa do que o esperado, com o mercado também de olho no salto do petróleo em meio ao aumento das tensões no Oriente Médio.Os dados divulgados nesta sexta-feira mostraram que o núcleo dos preços ao produtor norte-americano, que exclui itens voláteis, ficou inalterado em dezembro, contrariando expectativas de alta de 0,2% no mês.Em base anual, o núcleo da inflação ficou em 1,8%, abaixo da previsão em pesquisa da Reuters de 1,9%. O dado, que segue a inflação ao consumidor um pouco mais forte do que o esperado na véspera, pode servir de argumento para que o Federal Reserve comece a cortar os juros já em março deste ano, como boa parte dos mercados precifica atualmente. O que segue a favor do diferencial de juros entre Brasil e EUA, tornando o real mais atraente para uso em estratégias de "carry trade", que consistem na tomada de empréstimo em país de taxas baixas e aplicação desse dinheiro num mercado mais rentável. 

No Brasil, a taxa Selic está atualmente em 11,75%, nível ainda elevado apesar do ciclo de afrouxamento do Banco Central. 

Enquanto isso, a moeda norte- americana cai e commodities operam em alta, em sua maioria, apesar de fortes perdas no minério de ferro.

Ainda o salto dos preços do petróleo, com os contratos futuros do Brent em alta de mais de 3% nesta manhã, depois que os EUA e o Reino Unido disseram que lançaram ataques aéreos e marítimos contra alvos militares houthis no Iêmen, em resposta aos ataques do grupo a navios no Mar Vermelho.  

Tal desdobramento levantou temores sobre a possibilidade de uma escalada e expansão da guerra no Oriente Médio, conforme a guerra de Israel ao Hamas, em Gaza, continua. O Irã, que apoia grupos armados em todo o Oriente Médio, incluindo os houthis e os militantes do Hamas, condenou os ataques dos EUA e do Reino Unido.

Moedas de países emergentes exportadores tendem a se beneficiar de momentos de salto das commodities, muitas vezes mesmo quando o motivo por trás da alta é um aumento nas tensões geopolíticas.

*Luiz Felipe Bazzo é CEO do transferbank, uma das 15 maiores soluções de câmbio do Brasil. O executivo também já trabalhou em multinacionais como Volvo Group e BHS. Além disso, criou startups de diferentes iniciativas e mercados tendo atuado no Founder Institute, incubadora de empresas americanas com sede no Vale do Silício. O executivo morou e estudou na Noruega e México e formou-se em administração de empresas pela FAE Centro Universitário, de Curitiba (PR), e pós-graduado em finanças empresariais pela Universidade Positivo.


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