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Instituto Besc mostra que a indústria brasileira do alumínio impulsiona o país na transição energética


Realizada pelo Instituto Besc de Humanidades e Economia, a edição 58 da Assembleia Permanente pela Eficiência Nacional (Aspen) ocorreu na cidade de Alumínio, em São Paulo, diretamente da fábrica da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA). O tema do simpósio foi: Redução de emissões de gás carbônico com a utilização de alumínio em transporte.


A presidente do Instituto Besc, Jussara Ribeiro, esteve presente e abriu mais uma vez a assembleia, agradecendo a participação dos palestrantes convidados. Pela terceira vez na fábrica da CBA, a presidente elogiou as estruturas e o que a empresa agrega para a economia e o setor produtivo brasileiro.


O mediador do simpósio foi Heber Pires Otomar, consultor técnico na área de inovação da CBA. A ele coube iniciar o debate, convidando o primeiro palestrante da tarde: Janaína Donas, presidente executiva da ABAL.


“Nós estamos vivendo um momento crítico em busca de soluções sustentáveis, e não é só uma prioridade do ponto de vista de conscientização dos consumidores sobre a importância disso, mas é uma necessidade pungente”, disse Janaína Donas na abertura da sua apresentação.


O alumínio é um material estratégico na transição para uma economia de baixo carbono, e “pode transformar o jeito que a gente consome”. Falando em consumo, a presidente da ABAL sinaliza o crescimento do uso do alumínio no setor de transportes, que aparece em segundo no ranking do “consumo por segmento de mercado no Brasil”. Já mundialmente, o setor de transportes é o maior consumidor de alumínio entre os segmentos produtivos.


Por alguns diferenciais o alumínio se destaca para a mobilidade, afinal, ele é um metal que oferece redução de peso, eficiência energética, segurança e durabilidade.


Além da questão de produção, a executiva destacou a participação da ABAL no debate político e ressaltou os programas do governo federal, entre eles o Mover. 


Para concluir, Janaína Donas pediu um aumento da colaboração entre as instituições privadas ou de pesquisa para que os benefícios do alumínio possam ser alavancados.


Na sequência do debate, Raquel Montagnoli, gerente de sustentabilidade da CBA realizou a sua apresentação tratando da jornada da descarbonização do alumínio. 


A gerente pontuou outras vantagens do uso do alumínio no setor de transporte. Esse material não é corrosivo, é de fácil montagem e absorve o impacto, melhorando a segurança das pessoas em caso de acidentes.


Ao olhar para a cadeia produtiva, Raquel sinalizou que a produção do metal também precisa ser sustentável, e a produção de alumínio representa 2% das emissões de carbono. “O alumínio é um grande consumidor de energia elétrica”, para exemplificar, a gerente relata que a companhia produz energia em 21 usinas hidrelétricas, em 6 estados brasileiros, sendo 15 usinas de operação própria e 6 via consórcio. Ao total, a CBA tem 1,4 GW de capacidade instalada.


A cidade de Alumínio, mesmo com 16 mil habitantes, aparece em segundo ou terceiro lugar em consumo de energia dentro do estado de São Paulo. Por outro lado, diferente do que visto mundialmente, a base energética nacional é renovável.


Juliano Pimentel, diretor de tecnologia da Randoncorp, deu sequência ao debate e trouxe os aspectos econômicos do alumínio. “Quanto mais leve o produto, maior rentabilidade, mais eu torno o país competitivo, e o alumínio junto com outros materiais poliméricos também contribuem”. 

 

O principal desafio apontado por Pimentel é equilibrar as vantagens e as desvantagens do alumínio, pois se ele apresenta uma densidade menor, ao mesmo tempo ele tem uma resistência menor à tração. Assim, é preciso buscar um equilíbrio e ter um valor competitivo.


Exemplificando a redução de peso nos produtos, o diretor mostrou que o furgão de 2004 tinha um peso de 8.600 kg, e vinte anos depois, com a adoção do alumínio, o peso passou para 8.450 kg.


De acordo com Pimentel, a jornada do alumínio na cadeia é mais econômica. Tratando inicialmente da logística, “eu consigo trazer mais chapas sobre o mesmo frete, eu acabo reduzindo combustível. Dentro da manufatura, processos de solda e dobra, a gente reduz cerca de 30% de energia elétrica”. 


O último palestrante da Aspen foi Maurício Gazzi, gerente de Engenharia de Desenvolvimento de Produtos da Marcopolo. Ele abordou a evolução do alumínio no mercado de transporte rodoviário e elogiou o material que permite que se tenha bastante flexibilidade na execução dos projetos.


Gazzi destacou que a realidade brasileira no transporte de passageiros é muito maior do que a europeia, por aqui, a exigência mecânica é muito maior, precisando de produtos que acompanhem a demanda. 


Com um novo ônibus, o G8, a Marcopolo conseguiu reduzir a emissão de gás carbônico, realizando a substituição de materiais e o incremento no uso de componentes de alumínio, aliados à redução do coeficiente de arrasto aerodinâmico, resultante da parceria com o ITA.


A 58a Aspen pode ser assistida em: tinyul.com/ASPEN58


Visita técnica Heber Otomar, da CBA, se mostrou satisfeito com a visita técnica do Instituto Besc e comentou que “ficamos muito felizes em poder compartilhar o que fazemos e também poder trocar conhecimento”. 


Mais sobre a visita pode ser vista no canal do YouTube do Besc (https://youtu.be/mmiPpQ8SFvU?si=wIADct38HriMHugj).


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