Medro lança o álbum Música Travesti Brasileira com festa no Infinu Comunidade Criativa

No próximo dia 17 de fevereiro, das 20h às 22h30, o Infinu Comunidade Criativa recebe o lançamento do Lado B do álbum Música Travesti Brasileira, da multiartista brasiliense Medro.  Com quatro músicas, o Lado B traz “uma vibe mais underground”, como a artista define. O álbum estará disponível nas principais plataformas digitais de música. A festa contará com o set da DJ Fufy. A entrada é gratuita e a classificação indicativa é 18 anos. O projeto MTB tem o patrocínio do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal. O Infinu fica na CRS 506 Bloco A Loja 67 ao lado Praça das Avós.  

Medro lançou o Lado A do álbum Música Travesti Brasileira no dia 29 de janeiro, data em que se comemora o Dia Nacional da Visibilidade Trans e Travesti, com as músicas de diferentes estilos musicais que se interligam e criam coesão por meio da poética e estética verbal, visual, musical e performativa da cantora. Ambos os lados trazem quatro músicas: o Lado A traz um Baião, um Reggae, um R&B e um Trap balada, imprimindo um tom mais diurno e calmo; já o Lado B traz um Drill, um Vogue Beat, um Trap eum Funk numa expressão mais noturna, dançante e boêmia. 

As composições abordam temas profundos e triviais da sua vivência travesti como o transfeminicídio, a rua, a micropolítica, revolução travesti, festas, amores, sexo. E bebem das mais variadas referências para isso, imbuindo-se da MPB, muito ouvida em sua infância, às vertentes do RAP e ao Vogue Beat, estilos presentes nas culturas Hip Hop e Ballroom, das quais faz parte. 

Medro conta que sua paixão pela música brasileira começou desde muito nova com os inúmeros LPs e fitas cassetes de seus pais, passando pela era dos CDs. E para além da música, o que sempre lhe encantou foram as capas dos discos, os encartes com fotos dos artistas e as letras das músicas. “Daí que vem a minha ideia de fazer o lançamento de um álbum por completo com dois lados: A e B, como os LPs da minha infância. E por eu ser uma multiartista, quis transpor essa arte das capas e encartes por meio da criação de visualizers para cada uma das músicas”, explica.

"Além desse aspecto oitentista (nasci nos anos 80), queria também usar a convenção de dois lados por conta da própria diferença em relação aos estilos musicais e às vibes que cada um deles traz" diz Medro. "As pessoas puderam conhecer o Lado A. Agora, como a própria expressão lado b denota, as próximas quatro faixas abordam temas mais underground de maneira mais desbocada, debochada e sexual, remexendo em tabus e trazendo a revolução e a celebração por meio deles. Sinto que enquanto o Lado A, traz uma Medro mais madura, próspera e identitariamente mais entendida, o Lado B traz à tona uma Medro em descoberta, uma Medro caótica, da rua, da noite, da festa, da sarjeta", conclui. 

Sobre o album

Música Travesti Brasileira surge da vontade e da necessidade de expressão da cantora em frente a tantas lacunas e violências sofridas por ela. Depois de abandonar as batalhas de rap por conta dos inúmeros atos de transfobia, silenciamentos e violências físicas e verbais, Medro decide dar início à sua carreira solo e, juntando-se a outres artistes que encontrou ao longo dessa jornada, dar vida a algumas composições escritas em seus caderninhos. Todas as músicas são autorais e surgiram de escritos, poemas, e insights melódicos de diferentes épocas, entre 2018 e 2022, portanto trazem muitas facetas da artista, trazem perspectivas poéticas estéticas diferentes e possuem processos distintos, mas parecidos. Criação da letra, investigação de beats, parceria com beatmakers e musicistas que estavam ao meu redor e na disposição de trocar e criar e então, gravar e lançar. 

Sobre a artista 

Medro é filha de mãe pernambucana (cantora de banheiro nata e afinadíssima) e pai piauiense (sambista boêmio, compositor e pandeirista), ambos fanáticos pela Música Popular Brasileira em toda a sua profusão de estilos, sonoridades e poesia. Portanto desde pequena sempre ouviu das mais variadas vertentes da música e sempre teve nelas, primeiro como ouvinte e depois como musicista, um lugar de refúgio, de autoconhecimento e de criação e investigação artística. 

Durante seu curso em Artes Cênicas, fez parte da banda Cantigas Boleráveis como castanholeira, cantora e performer. Também integrou a banda formada principalmente por travestis periféricas, Culto das Malditas, com a qual participou de diversos shows em 3 turnês diferentes. E depois de abandonar as batalhas de rap que travava enquanto MC, Medro decidiu focar em sua carreira solo e trazer sua poesia por meio de suas músicas e poesias autorais. 

Serviço:

Festa de Lançamento do álbum Música Travesti Brasileira | Lado B

De | Medro

Onde | Infinu Comunidade Criativa

Endereço | CRS 506 Bloco A Loja 67 ao lado Praça das Avós – Asa Sul – Brasília-DF  

Quando | 17 de fevereiro

                  A partir das 20h  

Entrada | Gratuita

Lotação | 350 pessoas

Onde ouvir | Plataformas digitais de música