Novo Plano de IA e supercomputador brasileiro, o que esperar?
Alex Winetzki (*)
O novo Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA) foi divulgado durante a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Brasília (DF), na última terça-feira, 30 de julho. Encomendado pelo Presidente da República, Luiz Ignácio Lula da Silva, ao Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), o documento visa posicionar o Brasil como referência mundial de eficiência e inovação no uso da IA aplicada ao setor público.Pode-se pensar que com todas as discussões relativas ao tema ainda em andamento, a iniciativa seria algo desconexa ou confusa, mas a campanha elucida de maneira simples e objetiva as estratégias a serem aplicadas para benefício da sociedade e seus órgãos competentes. O slogan “IA para o bem de todos” é uma escolha acertada, com o documento contendo o porquê e qual o retorno deste investimento em IA para a população, promovendo inclusão e democratização. Aliás, essa aproximação com a população, é o ponto alto do plano.Com um orçamento bilionário, que se divide entre os setores públicos e privados, o desafio é modular e executar modelos em projetos de curto prazo, a maioria tendo 2026 como data-limite. A partir daí, são mais de 30 ações voltadas para as áreas prioritárias do governo, como educação, saúde, meio ambiente, agricultura e inovação.Muitas dessas ações já se encontram em andamento, algumas mais simples, como o incentivo ao uso do Conecta.gov.br, que trabalha com dados da população de maneira fácil e segura, a fim de que o cidadão não precise declarar com frequência informações já antes prestadas ao governo.A polêmica mesmo se dá pelo “supercomputador” brasileiro, desenvolvido pela Dataprev, que promete ficar entre os cinco maiores do mundo. Luciana Santos, ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, que acompanhou o presidente Lula na abertura da conferência, comenta que o plano “tem ousadia e é viável a mesmo tempo”.Mas o que seria o tal supercomputador?Nada mais do que um armazenamento de dados e estratégias de administração pública em grande escala. O objetivo aqui é prover avanços na infraestrutura tecnológica a fim de trabalhar dados nacionais em virtude de pesquisas demográficas, que abordaram características culturais, sociais e linguísticas. O que de primeira apresenta um estado fantasioso de uma supermáquina/robô vilão de filme, é na verdade um material que visa promover projetos públicos com maior taxa de aceitabilidade.Com um plano bem estruturado que aproxima recursos de IA à população de maneira clara e acessível, estamos dando um passo significativo no campo da inovação. Este movimento não só facilita a compreensão e a utilização dessas tecnologias avançadas, mas também se alinha com um dos pilares fundamentais do governo Lula: promover a inovação como motor de desenvolvimento social e econômico. Assim, ao integrar a inteligência artificial em diversas áreas da vida cotidiana, estamos preparando o terreno para um futuro mais eficiente e conectado, onde os benefícios da tecnologia são compartilhados e acessíveis para todos os cidadãos.(*) Alex Winetzki é CEO da Woopi, empresa de Inteligência Artificial do Grupo Stefanini, referência em soluções digitais.
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