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Versos de resistência: a poesia de Pedro Tierra na sombra da ditadura


O poeta Hamilton Pereira da Silva, mais conhecido pelo pseudônimo de Pedro Tierra, é o tema central do documentário Porto imensidão, que será lançado dia 6 de novembro de 2024. O filme retrata sua produção poética durante a prisão na Ditadura Militar, entre 1972 e 1977, em que esteve encarcerado em diversas prisões da região do Goiás, de São Paulo e do Distrito Federal.

Nascido na cidade de Porto Nacional, no estado do Tocantins, em 1948, Pedro Tierra é uma das maiores expressões da literatura de testemunho no Brasil e na América Latina. Foi durante sua prisão que Tierra produziu os versos que comporiam o livro Poemas do povo da noite, obra que guia o curta-metragem em que a violência física e psicológica são revisitadas pela palavra que busca sobrevivência e esperança.

“No período em que estive preso, não tinha permissão para usar caneta ou papel. Um dia, porém, durante um interrogatório, aproveitando um intervalo em que havia sido deixado sozinho na sala, peguei um lápis que estava na mesa do interrogador. Na cela, usei para escrever no lado interno de um maço de cigarros.”, relata Tierra.

E foi assim que começou a compor seus primeiros versos de resistências. Conseguiu enviar os poemas para fora do presídio, para serem publicados clandestinamente na Itália, sob o título de Poemas do povo da noite e com o pseudônimo de Pedro Tierra.  A obra ganhou menção honrosa no Prêmio Casa de las Américas de 1978, mas só foi publicada no Brasil em 1979.

O documentário terá um lançamento presencial na VI FLUA – Feira Literária da UFNT de Araguaína, no Tocantins, terra do poeta, no dia seis de novembro e também na capital do estado, Palmas, dia oito de novembro no Sesc da cidade. A obra conta com a direção e produção de Lia Testa e Lemuel Gandara, respectivamente.

 

Sobre Pedro Tierra:

Ajudou a fundar o Partido dos Trabalhadores, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e a Central Única dos Trabalhadores. De 1997 a 1998, foi secretário de Cultura do Distrito Federal. Coordenou a área de cultura na campanha vitoriosa de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002. Trabalhou no Ministério do Meio Ambiente durante o primeiro mandato de Lula. Em 2011, voltou a comandar a Secretaria de Cultura do Distrito Federal. Recebeu em 2013 o título de Doutor honoris causa da Universidade Católica de Brasília. Em 2014, recebeu um novo título de doutor honoris causa. Dessa vez da Universidade Federal do Tocantins, UFT.

Bibliografias: Poemas do Povo da Noite, Menção Honrosa no Prêmio Casa de Las Américas, em 1977 (Sigueme, Salamanca, Espanha, EMI, Milão, Itália, e Livramento, S. Paulo); Missa da Terra sem-males, em parceria com Pedro Casaldáliga e Martin Coplas (Livramento, Tempo e Presença, S. Paulo); Missa dos Quilombos, com Pedro Casaldáliga e Milton Nascimento (disco da EMI); Água de Rebelião (Vozes); Inventar o Fogo (Goiânia); Zeit der Widrikeiten , antologia (Edition DIÁ, Berlin); Dies Irae (Edição do autor, Goiânia, e MLAL, Roma, Itália).

 

Sobre a equipe

Lemuel Gandara: Artista visual com repercussão internacional e doutor em Literatura pela UnB (Universidade de Brasília). É professor no Instituto Federal de Goiás, em Formosa (IFG/Formosa).

Lia Testa: Artista visual e doutora em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). É professora na Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT).

Diogo Goltara: Sonoplasta e antropólogo. Doutor pela UnB (Universidade de Brasília). Participou do filme A flor do Buriti (Seleção Oficial do 76º Festival de Cannes).

Rafael Gandara: Produtor audiovisual reconhecido nacionalmente. Dirigiu projetos com Zé Felipe (cantor), Leo Santana (cantor) e Virgínia Fonseca (influenciadora), Tribo da Periferia (grupo), entre outros.

 

Serviços de lançamentos no Tocantins:

Pedro Tierra, Lia Testa e Lemuel Gandara estarão nos dois lançamentos 

 

VI Flua – Feira Literária de Araguaína

Dia 06/11/24, 19h30

 

SESC Palmas

Dia 08/11/24, 20h

 

Esta obra cinematográfica foi realizada com recursos da Lei Complementar no 195/2022, Lei Paulo Gustavo 


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