Dos Brasis é a maior exposição de artistas negros feita no Brasil
top of page

Dos Brasis é a maior exposição de artistas negros feita no Brasil



A centralidade do pensamento negro no campo das artes visuais brasileiras, em diferentes tempos e lugares, é uma das principais premissas que guiam o processo curatorial da mostra Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro, a mais abrangente exposição dedicada exclusivamente à produção de artistas negros. Depois de passar sete meses em São Paulo, com registro de mais de 130 mil visitantes, a exposição chega ao Rio de Janeiro e será instalada em um dos principais cartões postais da Região Serrana: o Centro Cultural Sesc Quitandinha (CCSQ), em Petrópolis. Com abertura marcada para o dia 3 de maio, a mostra receberá visitantes até 27 de outubro deste ano.

 

Resultado de um trabalho desenvolvido pelo Sesc em todo o país, a mostra conta com sete núcleos temáticos, reunindo aproximadamente 240 artistas negros, de todos os estados do Brasil, sob curadoria de Igor Simões, em parceria com Lorraine Mendes e Marcelo Campos. Realizada por meio de um trabalho em conjunto de analistas de cultura da Insituição de todo o país, a exposição traz obras em diversas linguagens artísticas como pintura, fotografia, escultura, instalações e videoinstalações, produzidas desde o fim do século XVIII até o século XXI. A lista completa dos artistas participantes está disponível ao final do texto.


O projeto Dos Brasis lançou um olhar aprofundado sobre a produção artística afro-brasileira e sua presença na construção da história da arte no Brasil. Um trabalho que contou com nossos analistas de cultura em todo o país, em um grande alinhamento nacional. A exposição Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro é a culminância desse processo e oferece ao público não só a oportunidade de conhecer a obra de artistas e intelectuais negros, com também de refletir sobre sua participação nos diversos contextos sociais”, explica o Diretor-Geral do Departamento Nacional do Sesc, José Carlos Cirilo.

 

A exposição chega na íntegra ao Centro Cultural Sesc Quitandinha (CCSQ). As 314 obras que estavam em exibição no Sesc Belenzinho (SP) vão ocupar os salões da área monumental do histórico edifício, que em 2024 completa 80 anos. Parte dos trabalhos, alguns inéditos, também serão expostos pela primeira vez na área externa e no lago em frente à unidade. A mostra vai ainda oferecer ao público uma programação paralela com ações em mediação cultural e atividades educativas, além de um programa público composto de debates e palestras com convidados.


Inaugurado em 1944, um ano antes do fim da Segunda Guerra Mundial, o Quitandinha abrigou um dos maiores hotéis-cassino das Américas. Recebeu personalidades brasileiras e hollywoodianas, como Carmen Miranda e Walt Disney. Também foi palco de eventos que marcaram a história, como da Conferência Interamericana para a Manutenção da Paz e da Segurança no Continente, em 1947, e a 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata, realizada em 1953. Na década de 1960, após a proibição dos jogos no Brasil, o cassino foi fechado e o hotel teve seus apartamentos vendidos, tornando-se um condomínio. Em 2007, a área monumental passou a ser administrada pelo Sesc RJ, que a transformou em um Centro Cultural.

 

Desde que foi reinaugurado como um Centro Cultural, em abril do ano passado, o Quitandinha vem sendo ocupado por exposições que resgatam a forte identidade afro-brasileira em Petrópolis. A primeira, intitulada “Um oceano para lavar as mãos”, com curadoria de Marcelo Campos e Filipe Graciano, apresentou uma revisão da história do Brasil a partir de narrativas não eurocentradas, pensada por curadores e artistas negros, levando o espectador à reflexão sobre a forte memória e produção artística negra na contemporaneidade, no Brasil e no município, e sua relação com o passado imperial. Depois, dos mesmos curadores, recebeu a coletiva “Da Kutanda ao Quitandinha”, em que o ponto de partida foi o território onde o edifício está inserido – uma região marcada por quilombos formadores da cidade.


“Agora, abrimos as portas para a ‘Dos Brasis’, que apresenta um recorte extraordinário da arte negra nacional. O Sesc RJ tem um compromisso inegociável com a democratização da cultura e do acesso à informação, sobretudo frente a um histórico de narrativas invisibilizadas ao longo da formação do nosso país. Os Centros Culturais da instituição vêm investindo em curadorias afrocentradas e recortes racializados, viabilizando novas leituras no campo das Artes, das Ciências Sociais e da história da produção artística moderna e contemporânea, tendo como finalidade a valorização da pluralidade da cultura brasileira”, declara o presidente do Sistema Fecomércio RJ, Antonio Florencio de Queiroz Junior.

 

Pesquisas em todo o Brasil  A ideia nasceu em 2018. Um projeto de pesquisa, fruto do desejo institucional do Sesc em conhecer, dar visibilidade e promover a produção afro-brasileira. Para sua realização, foram convidados os curadores Hélio Menezes e Igor Simões. Em 2022, o projeto passa a ter a curadoria geral de Simões, com os curadores adjuntos Marcelo Campos e Lorraine Mendes.

 

Para se chegar a esse expressivo e representativo número de artistas negros, presentes em todo o território nacional, foram abertas duas importantes frentes. Na primeira, foram realizadas pesquisas in loco em todas as regiões do Brasil com a participação do Sesc em cada estado, com o objetivo de trazer a público vozes negras da arte brasileira. Essas ações desdobraram-se em atividades e programas como palestras, leituras de portfólio, exposições, entre outros, com foco local. Vale ressaltar que esse processo teve uma atenção especial para que não se limitasse apenas às capitais do país, englobando também a produção artística da população negra de diversas localidades, como cidades do interior e comunidades quilombolas.

 

A equipe curatorial pesquisou obras e documentos em ateliês, portfólios e coleções públicas e particulares, para oferecer ao público a oportunidade de conhecer um recorte da história da arte produzida pela população negra do Brasil e entender a centralidade do pensamento negro na arte brasileira.


A segunda frente foi a realização de um programa de residência artística on-line intitulado “Pemba: Residência Preta”, que contou com mais de 450 inscrições e selecionou 150 residentes. De maio a agosto de 2022, os integrantes foram orientados por Ariana Nuala (PE), Juliana dos Santos (SP), Rafael Bqueer (PA), Renata Sampaio (RJ) e Yhuri Cruz (RJ). A Residência, que reuniu artistas, educadores e curadores/críticos, contou ainda com uma série de aulas públicas, com a participação de Denise Ferreira da Silva, Kleber Amâncio, Renata Bittencourt, Renata Sampaio, Rosana Paulino e Rosane Borges, disponíveis no canal do Youtube do Sesc Brasil.

“Dos Brasis, enquanto projeto expositivo, não se pretende uma exposição histórica, que tenha como pretensão esgotar o debate a partir da seleção de algumas figuras artísticas, escapando do gesto colonialista de mapear. O que propomos são várias formas de acesso às escritas que nos ponham em jogo, reescrevam e até invalidem nossas premissas, como um coro que não teça apenas na harmonia, mas também no conflito, na discordância e tire de nós a ideia de uniformidade essencializada, muitas vezes evocada para apagar nosso direito à humanidade expressa, também, no direito à contradição”, enfatiza o trio de curadores.

NÚCLEOS

A proposta curatorial rompe com divisões como cronologia, estilo ou linguagem. Para esta exposição de arte preta, não caberá a junção formal, estilística ou estética. Dessa maneira, os espaços expositivos do Sesc Belenzinho contarão com sete núcleos - Romper, Branco Tema, Negro Vida, Amefricanas, Organização Já, Legitima Defesa e Baobá - que têm como referência pensamentos de importantes intelectuais negros da história do Brasil como Beatriz Nascimento, Emanoel Araújo, Guerreiro Ramos, Lélia Gonzales e Luiz Gama.

“As premissas de narração cronológica, estilística ou quaisquer outros agrupamentos formais das histórias canônicas eurocentradas também não são opção. Em seu lugar, trabalhamos com a ideia de constelações: encontros, aproximações e distanciamentos entre diferentes proposições, que expõem suas particularidades e suas conexões. Sob o rótulo “arte preta” não caberá qualquer mecanismo de junção formal, estilística ou estética”, explicam os curadores.

ROMPER – Tendo como ponto de partida o pensamento da historiadora e ativista pelos direitos humanos de negros e mulheres brasileira, Beatriz Nascimento, o núcleo reúne artistas que, em suas produções, interrogam narrativas que cristalizaram imagens e leituras históricas feitas de tentativas de exclusão daqueles que formam a maioria deste lugar assimétrico nomeado Brasil. A história da arte nomeada brasileira faz muito mais referência à minoria numérica branca no país do que, de fato, ao Brasil.

“Nossa história da arte, que bem poderia ser chamada de branco-brasileira, funda-se sobre perspectivas de matrizes europeias, dando contornos de regra a iconografias, referências poéticas e teóricas com base no princípio da branquitude que, historicamente, aspira a um ideal de brancura que não encontra morada nem mesmo na pele de seus defensores”, argumenta o trio curatorial.

O núcleo estará representado, dentre outros nomes, por artistas como Marcus Deusdedit (MG), Mestre Zimar (MA), Yhuri Cruz (RJ), Wilson Tibério (RS) e Rosana Paulino (SP).

BRANCO TEMA - O título deste núcleo remete ao conceito “negro-tema” empregado pelo sociólogo brasileiro Guerreiro Ramos no seu livro “Patologia Social do Negro Brasileiro (1955), ao criticar a desumanização de pessoas negras nas correntes acadêmicas do século 20. Os trabalhos reunidos neste núcleo, em menor número em relação ao dos outros demais, têm um gesto em comum seguindo os curadores: “inverter a ordem recorrente das imagens do negro-tema por aquelas que versam sobre um Branco-Tema, produzidas a partir do olhar negro. Lado a lado, essas obras interrogam, denunciam e parodiam a posição social privilegiada da branquitude, outrora encarada como neutra”.

Este núcleo traz obras de nomes como Daniel Lima (RN), Arthur Timótheo da Costa (RJ) Davi Cavalcante (SE), Debis (MA), Pablo Monteiro (MA), entre outros.

NEGRO VIDA – Este segmento também tem no pensamento de Guerreiro Ramos sua centralidade. Para o sociólogo, Negro-Vida é comparável a um rio, ecoando a noção de devir. O negro – como humano que é – é inapreensível em perspectivas unificadoras. Diferente da existência preta nas categorias produzidas por grande parte da intelectualidade branca, a existência de pessoas negras é multiforme, singular, com rotas, escolhas, procedimentos diversos.

O núcleo reúne trabalhos de artistas como Antonio Tarsis (BA), Abdias Nascimento (SP), Rommulo Conceição (BA), Li Vasc (PB), entre outros, incluindo esculturas de distintas escalas na entrada da exposição, que – segundo os curadores – “desafiam qualquer tentativa de unidade que determine as variadas produções dos artistas negros. A arte feita por pessoas pretas no Brasil é tão múltipla quanto a vida desses sujeitos. As escolhas formais, os materiais, os procedimentais não cabem no reducionismo do negro-tema”.

AMEFRICANAS - Lélia Gonzalez desenvolve a categoria político-cultural de amefricanidade, cunhando o termo Amefricanas, que nomeia este núcleo, além de situar e marcar o longo processo histórico de presença e agência de mulheres negras nas Américas. A autora entende como neurose cultural brasileira a negação da formação plurirracial e pluricultural de nossa sociedade. “É o entendimento de que vivemos em uma cultura branca que permitiu a infiltração, a influência e/ou a assimilação de traços culturais negros e indígenas”, analisa o trio curatorial de Dos Brasis.

Assim, Amefricanas reconhece a importância de intelectuais, artistas, escritoras, líderes políticas e religiosas inseridas intimamente nos movimentos culturais e sociais, mas também celebra a vida comum dessas mulheres, que, cotidianamente, performam gestos de resistência e liberdade nas imagens, representações, poéticas e autorias das Amefricanas presentes neste núcleo.

Amefricanas traz obras de artistas como Vera Ifaseyí (RJ), Hariel Revignet (GO), Sy Gomes (CE), Renata Felinto (SP), entre outras.

ORGANIZAÇÃO JÁ

As formas da população negra para se organizar e resistir das violências da escravidão e da colonialidade, são a base do pensamento que norteia a proposta do núcleo Organização Já, inspirado também no pensamento de Lélia Gonzales. “As primeiras formações de quilombos na Região Nordeste datam de 1559. No encontro de heranças culturais distintas, Palmares é fundada como nossa primeira república, a ser constantemente rememorada em movimentos de atualização de uma luta conjunta infindável, já que a violência racial – seja física, institucional, seja simbólica – também se atualiza”, explicam os curadores.

Os trabalhos expostos neste núcleo de artistas como Miguel Afa (RJ), Emanuely Luz (MA), André Vargas (RJ) e Joyce Nabiça (PA), traduzem lutas, sejam nos centros urbanos e ou campo, histórias de rebeliões e lutas. “Organizados na alegria e na celebração do que somos, mais do que resistir, promovemos, fabulamos e reorientamos, em uma perspectiva negra, modos de viver”, comenta o trio curador.

LEGÍTIMA DEFESA

“Todo escravo que mata o senhor age em legítima defesa”. Essa frase paradigmática dita por Luiz Gama, em 1881, atravessa a memória da população negra no Brasil. “Este núcleo mira o cânone, sublinha a impossível neutralidade do sistema da arte e sua cumplicidade com as situações que estruturam o racismo”, afirmam os curadores.

Eles prosseguem argumentando que “pessoas negras foram, por muito tempo, as únicas em empresas, em exposições, na teledramaturgia. Em muitas famílias, ainda somos ‘os primeiros a entrar na universidade’. Assim, agir em Legítima Defesa é nos mover diante desses fatos até que possamos nos dispor ao ócio, ao relaxamento”.

Paula Duarte (MG), Leandro Machado (RS), Silvana Rodrigues (RS), Gabriel Lopo (MG), entre outros artistas, integram o núcleo Legítima Defesa.

BAOBÁ

Baobá é o único núcleo que parte do título de uma obra de arte: a escultura de Emanoel Araújo, um dos mais importantes artistas da história do Brasil. Araújo defendia a ideia de que a arte afro-brasileira é produzida por quem negro for, alterando a perspectiva de que essa vertente seria um tema desenvolvido por brancos.

“Aqui, reverenciamos Emanoel e outros e outras artistas e obras que continuam sendo árvore, ramificando, florescendo, frutificando e fincando raízes. O Baobá do autor é uma escultura de madeira policromada, preta, facetada por arestas em ângulos que mantêm um diálogo com os signos afrodescendentes e com a tradição construtiva da arte brasileira” ressaltam os curadores.

O núcleo reúne peças totêmicas (agrupamento de pessoas, dentro de determinada etnia que se considera de um determinado totem) de cenas rurais a arranha-céus, conectando a tradição dos santeiros de madeira, sob influência cristã e afrorreligiosa, à abstração afro-indígena. “O ferro, a cabaça, os talos do dendezeiro são apresentados por artistas que vivem em cosmodinâmica com seus materiais – artistas que jamais abandonaram o sagrado, em uma relação entre arte e vida mais complexa do que a estabelecida por perspectivas ditas universais”, comentam os curadores.

Além de Emanoel Araújo, o núcleo traz obras de nomes como João Cândido (MG), Ana das Carrancas (PE), Madalena Santos Reinbolt (BA), Mônica Ventura (SP) etc.

DOS BRASIS – ARTE E PENSAMENTO NEGRO LISTA DE ARTISTAS PARTICIPANTES EM ORDEM ALFABÉTICA

  • Abdias Nascimento (Franca/SP, 1914-2011)

  • Acervo da Laje: José Eduardo Ferreira Santos (Salvador/BA, 1974) e Vilma Santos (Salvador/BA, 1968)

  • Acervo da Laje: Índio (Salvador/BA, 1957)

  • Acervo da Laje: Zaca Oliveira (Salvador/BA, 1970)

  • Acervo da Laje: Fernando Queiróz (Salvador/BA, 1972)

  • Acervo da Laje: Ivana Magalhães (Salvador/BA, 1974)

  • Acervo da Laje: Júlio Alvez (Salvador/BA)

  • Acervo da Laje: Indiano Carioca (Afogados da Ingazeira/PE, 1947)

  • Acervo da Laje: Bruno Costa (Santa Inês/BA, 1985)

  • Acervo da Laje: Paulo Telles (Salvador/BA, 1983)

  • Acervo da Laje: César Bahia (Salvador/BA, 1964)

  • Acervo da Laje: Nailson (Alagoinhas/BA)

  • Agrade Camiz (Rio de Janeiro/RJ, 1988)

  • Alexandre Alexandrino (Carapicuíba/SP, 1975)

  • Aline Bispo (São Paulo/SP, 1989)

  • Aline Motta (Niterói/RJ, 1974) + Dona Romana (Natividade/TO, 1941)

  • Alisson Damasceno (Belo Horizonte/MG, 1982)

  • Ana das Carrancas (Petrolina/PE, 1923-2008)

  • Ana Lira (Caruaru/PE, 1977)

  • Ana Paula Sirino (Sabinópolis, Quilombo do Torra/MG, 1997)

  • Anderson AC (Salvador/BA, 1979)

  • André Ricardo (São Paulo/SP, 1985)

  • André Vargas (Cabo Frio/RJ, 1986)

  • Annia Rízia (Salvador/BA, 1992)

  • Antonio Bandeira (Fortaleza/CE, 1922-1967)

  • Antonio Obá (Ceilândia/DF, 1983)

  • Antonio Tarsis (Salvador/BA, 1995)

  • Ariana Nuala (Recife/PE, 1993)

  • Arjan Martins (Rio de Janeiro/RJ, 1960)

  • Arquivo Zumvi (Salvador/BA, 1958)

  • Arthur Bispo do Rosário (Japaratuba/SE, 1969)

  • Arthur Timótheo da Costa (Rio de Janeiro/RJ, 1882-1922)

  • Augusto Leal (Simões Filho/BA, 1987)

  • Ayrson Heráclito (Macaúbas/BA, 1968)

  • Babilak Bah (João Pessoa/PB, 1964)

  • biarritzzz (Fortaleza/CE, 1994)

  • Caio Luiz (Nova Iguaçu/RJ, 1998)

  • Castiel Vitorino Brasileiro (Vitória/ES, 1996)

  • Charlene Bicalho (João Monlevade/MG, 1982)

  • Chico Tabibuia (Silva Jardim/RJ, 1936-2007)

  • Cipriano (Petrópolis/RJ, 1981)

  • Claudia Lara (Curitiba/PR, 1964)

  • Corbiniano Lins (Olinda/PE, 1924-2018)

  • Cris Peres (João Pessoa/PB, 1988)

  • Dadinho (Diamantina/MG, 1931-2006)

  • Dalton Paula (Brasília/DF, 1982)

  • Daniel Lima (Natal/RN, 1973)

  • Davi Cavalcante (Aracaju/SE, 1994) e Rayanne Ellem (Aracaju/SE, 1998)

  • Debis (São Luís/MA, 1992) e Pablo Monteiro (São Luís/MA, 1991)

  • Denis Moreira (São Paulo/SP, 1986)

  • Denise Camargo (São Paulo/SP, 1964)

  • Diambe da Silva (Rio de Janeiro/RJ, 1993)

  • CALXDR (Capanema/PA, 1995) e Diego Crux (São Paulo/SP, 1987)

  • Dyana Santos (Belo Horizonte/MG, 1987)

  • Éder Oliveira (Timboteua/PA, 1983)

  • Edi Bruzaca (São Luís/MA, 1987)

  • Gugie Cavalcanti (Brasília/DF, 1983)

  • Mina Ribeirinha (Belém/PA, 1983)

  • Edu Silva (São Paulo/SP, 1979)

  • Eliana Amorim (Exú/PE, 1996)

  • Emanoel Araujo (Santo Amaro da Purificação/BA, 1940-2022)

  • Emanuely Luz (São Luís/MA, 1985)

  • Eneida Sanches (Salvador/BA, 1962)

  • Erica Malunguinho (Recife/PE, 1981)

  • Estevão Silva (Rio de Janeiro/RJ, ca. 1844-1891)

  • Eustáquio Neves (Juatuba/MG, 1955)

  • Flavio Cerqueira (São Paulo/SP, 1983)

  • Flaw Mendes (Campina Grande/PB, 1981)

  • Francelino Mesquita (Belém/PA, 1976)

  • FROIID (Belo Horizonte/MG, 1986)

  • Gabriel Archanjo Santo (Teresina/PI, 1963)

  • Gabriel Lopo (Montes Claros/MG, 1997)

  • Galeno (Parnaíba/PI, 1957)

  • Gê Viana (Santa Luiza/MA, 1986)

  • Gervane de Paula (Cuiabá/MT, 1961)

  • Gi Vatroi (Recife/PE, 1989)

  • Gilberto Filho (Cachoeira/BA, 1953)

  • Glauce Santos (Belém/PA, 1974)

  • Gleydson George (São Luís/MA, 1995)

  • Gustavo Assarian (Porto Alegre/RS, 1993)

  • Gustavo Nazareno (Três Pontas/MG, 1994)

  • Guto Oca (São Paulo/SP, 1981)

  • Hariel Revignet (Goiânia/GO, 1995)

  • Heitor dos Prazeres (Rio de Janeiro/RJ, 1898-1966)

  • Helô Sanvoy (Goiânia/GO, 1985)

  • Helton Vaccari (Campo Grande/MS, 1989)

  • Valdir Rodrigues (Januária/MG

  • Ilê Axipá - Antônio Oloxedê (Salvador/BA, 1967)

  • Ilê Axipá - André Otun Laran (Valença/BA, 1994)

  • Ilê Axipá - Otun Elebogi (Feira de Santana/BA, 1977)

  • Ilê Axipá - Leo França (Salvador/BA, 1980)

  • Ilê Axipá - LABI (Salvador/BA, 1968)

  • Ilê Axipá - Petinho (Salvador/BA, 1978)

  • Ilê Axipá - MAXODI (Salvador/BA, 1966)

  • Ilê Axipá - Edivaldo Bolagi (Salvador/BA)

  • Ismael David (Rio de Janeiro/RJ, 1988)

  • Ateliê Izabel Mendes: Izabel Mendes (Itinga/MG, 1924-2014)

  • Ateliê Izabel Mendes: Izabel Mendes (Itinga/MG, 1924-2014), Glória Maria Andrade (Santana do Araçuaí/MG, 1957) e João Pereira (Santana do Araçuaí / MG, 1953)

  • Ateliê Izabel Mendes - Andreia Pereira Andrade (Santana do Araçuaí/MG, 1981)

  • Jade Maria Zimbra (São Gonçalo/RJ, 1994)

  • Jaime Lauriano (São Paulo/SP, 1985) + Coletivo Legítima Defesa (São Paulo) + Coletivo 3 de Fevereiro (São Paulo)

  • Jean Ribeiro (Bacuri/MA, 1973)

  • João Candido (Campo Belo/MG, 1933)

  • Jorge dos Anjos (Ouro Preto/MG, 1957)

  • Jota - Rio de Janeiro/RJ, 2001)

  • Joyce Nabiça (Belém/PA, 1981)

  • Judith Bacci (Pelotas/RS, 1918-1991)

  • Juliana dos Santos (São Paulo/SP, 1987)

  • Flávys Guimarães (Goiânia/GO, 1991) e Produtora Nós por Nós (Goiânia/GO)

  • Keila Sankofa (Manaus/AM, 1985)

  • Kelton Campos (São Paulo/SP, 1996)

  • Kika Carvalho (Vitória/ES, 1992)

  • Larissa de Souza (São Paulo/SP, 1995)

  • Larissa Vieira (Aracaju/SE, 1993)

  • Leandro Machado (Porto Alegre/RS, 1970)

  • Li Vasc (João Pessoa/PB, 1983)

  • Lia D Castro (Martinópoles/SP, 1978)

  • Lídia Lisbôa (Guaíra/PR, 1970)

  • Lorran Dias (Rio De Janeiro/RJ, 1994)

  • Louco Filho (Muritiba/BA, 1961)

  • Luana Vitra (Contagem/MG, 1995)

  • Lucélia Maciel (Morro do Chapéu/BA, 1975)

  • Lucia Laguna (Campos dos Goytacazes/RJ, 1941)

  • Luciano Feijão (Vitória/ES, 1976)

  • Lucimélia Romão (Jacareí/SP, 1988)

  • Luiz 83 (São Paulo/SP, 1983)

  • Luiz Marcelo (Pilão Arcado/BA, 1989)

  • Madalena Santos Reinbolt (Vitória da Conquista/BA, 1919-1977)

  • Boi de Pindaré (São Luís/MA)

  • Manuel Messias (Aracaju/SE, 1945-2001)

  • Manuel Querino (Santo Amaro/BA , 1851-1923)

  • Manuela Navas (Jundiaí/SP, 1996)

  • Marcel Diogo (Belo Horizonte/MG, 1983)

  • Marcela Bonfim (Porto Velho/RO, 1983) e Dani Guirra (Rondonópolis/MT, 1985)

  • Marcos Dutra (Pequizeiro/TO, 1976)

  • Marcos Siqueira (Serra do Cipó/MG, 1989)

  • Marcus Deusdedit (Belo Horizonte/MG, 1997)

  • Maré de Matos (Governador Valadares/MG, 1987)

  • Marga Ledora (São Paulo/SP, 1959)

  • Maria Auxiliadora (Campo Belo/MG, 1938-1974)

  • Maria de Almeida (Sorocaba/SP, 1909-1991)

  • Maria Lídia Magliani (Pelotas/RS, 1946-2012)

  • Maria Lira Marques (Araçuaí/MG, 1945)

  • Maria Macêdo (Uitaiúis-Lavras da Mangabeira/CE, 1996)

  • Mariana Rocha (Rio de Janeiro/RJ, 1988)

  • Massuelen Cristina (Sabará/MG, 1992)

  • Mateus Moreira (Belo Horizonte/MG, 1996)

  • Matheus Marques Abu (Rio de Janeiro/RJ, 1997)

  • Mauricio Igor (Belém/PA, 1995)

  • Mestre Didi (Salvador/BA, 1917-2013)

  • Mestre Valentim (Serro/MG, 1745-1813)

  • Miguel Afa (Rio de Janeiro/RJ, 1980)

  • Mika (Teresina/PI, 1994)

  • Mitti Mendonça (São Leopoldo/RS, 1990)

  • Moisés Patricio (São Paulo/SP, 1984)

  • Monica Ventura (São Paulo/SP, 1985)

  • Mulambö (Saquarema/RJ, 1995)

  • Nádia Taquary (Salvador/BA, 1967)

  • Napê Rocha (Vila Velha/ES, 1991)

  • Natan Dias (Vitória/ES, 1990)

  • No Martins (São Paulo/SP, 1987)

  • Noemisa Batista dos Santos (Caraí/MG, 1947)

  • Odaraya Mello (Rio de Janeiro/RJ, 1993)

  • Òkun (Goiânia/GO, 2000)

  • Pablo Figueiredo (São João Batista/MA, 1999)

  • Pamela Zorn (Três Coroas/RS, 1998)

  • Pandro Nobã (Rio de Janeiro/RJ, 1984)

  • Panmela Castro (Rio de Janeiro/RJ, 1981)

  • Paula Duarte (Juiz de Fora/MG, 1990)

  • Paulo Chimendes (Rosário do Sul/RS, 1953)

  • Paulo Nazareth (Governador Valadares/MG, 1977)

  • Pedro Neves (Imperatriz/MA, 1997)

  • Priscila Rezende - Belo Horizonte/MG, 1985)

  • Quilombo do Campinho - Adilsa Conceição Martins (Paraty/RJ) e Ismael Alves Conceição (Paraty/RJ)

  • Quilombo do Campinho - Nelba Brasilicia (Paraty/RJ)

  • Quilombo Pedra D’Água (Ingá/PB) - Labirinteiras: Maria Marta, Maria de Lourdes Ferreira dos Santos, Maria Helena Duarte de Lemos, Lidiane Saturnino da Silva e Severina Francisca da Silva Pereira

  • Quilombo Pedra D’Água (Ingá/PB) - Rendas de Ofício: Marlene Leopoldina Vital

  • Rafael Bqueer (Belém/PA, 1992)

  • Rafael da Luz (Belém/PA, 1988)

  • Rafael LaCruz (Belo Horizonte/MG, 1991)

  • Rebeca Carapiá (Salvador/BA, 1988)

  • Renan Soares (São Paulo/SP, 1995)

  • Renan Teles (São Paulo/SP, 1986)

  • Renata Felinto (São Paulo/SP, 1978)

  • Renata Sampaio (Rio de Janeiro/RJ, 1988)

  • Retratistas do Morro - Afonso Pimenta (São Pedro do Suaçuí/MG, 1954)

  • Rommulo Conceição (Salvador, BA, 1968)

  • Rona (Rio de Janeiro/RJ, 1968)

  • Ros4 Luz (Gama/DF, 1995)

  • Rosana Paulino (São Paulo/SP, 1967)

  • Rubem Valentim (Salvador/BA, 1922-1991)

  • Samara Paiva (Maués/AM, 1995)

  • Santídio Pereira (Curral Comprido/PI, 1996)

  • Sérgio Adriano H (Joinville/SC, 1975)

  • Sérgio Vidal (Rio de Janeiro/RJ, 1945)

  • Sheyla Ayo (Guarulhos/SP, 1977)

  • Sidney Amaral (São Paulo/SP, 1973-2017)

  • Silvana Mendes (São Luís/MA, 1991)

  • Silvana Rodrigues (Porto Alegre/RS, 1986)

  • Silvio Nunes Pinto (Viamão/RS, 1940-2005)

  • Simba (Rio de Janeiro/RJ, 200)

  • Sonia Gomes (Caetanópolis/MG, 1948)

  • Sunshine Castro (São Luís/MA, 1987)

  • Sy Gomes (Eusébio/CE, 1999)

  • Tadáskía (Rio de Janeiro/RJ, 1993)

  • Talles Lopes (Guarujá/ SP, 1997)

  • Tambores Mineiros - Mestre Antonio Bastião (São Benedito do Capivari /MG, 1945)

  • Thiago Costa (Bananeiras/PB, 1992)

  • Tiago Gualberto (Contagem/MG, 1983)

  • Tiago Sant'Ana (Salvador/BA, 1990)

  • Ton Bezerra (Cedral/MA, 1977)

  • Ueliton Santana (Rio Branco/AC, 1981)

  • Uiler Costa-Santos (Salvador/BA, 1983)

  • Ulisses Arthur (Viçosa/AL, 1993)

  • Ulisses Mendes (Itinga/MG, 1955)

  • Valentim Conceição (Quilombo do Campinho da Indenpendência, Paraty/RJ, 1925-2023)

  • Vera Ifaseyí (Rio de Janeiro/RR, 1958)

  • Vicente de Paula Silva (Campo Belo/MG, 1930-1980)

  • Vitória Cribb (Rio de Janeiro/RJ, 1996)

  • Walla Capelobo (Congonhas/MG, 1992)

  • Wallace Pato (Rio de Janeiro, 1994)

  • Walter Firmo (Rio de Janeiro/RJ, 1937)

  • Wilson Tibério (Porto Alegre/RS, 1920-2005)

  • Yêdamaria (Salvador/BA, 1932-2016)

  • Yhuri Cruz (Rio de Janeiro/RJ, 1991)

  • Zé Barbosa (Olinda/PE, 1948)

  • Zimar (Cutia/MA, 1959)

  • Waleff Dias (Macapá/AP, 1993)

Sobre os curadores:

Igor Simões

É doutor em Artes Visuais-História, Teoria e crítica da Arte-PPGAV-UFRGS e Professor Adjunto de História, Teoria e Crítica da arte e Metodologia e Prática do ensino da arte (UERGS). Foi Curador adjunto da Bienal 12 (Bienal do Mercosul - Curadoria do educativo). É membro do comitê de curadoria da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas (Anpap), do Núcleo Educativo UERGS-MARGS e do comitê de acervo do Museu de Arte do RS-MARGS. Trabalha com as articulações entre exposição, montagem fílmica, histórias da arte e racialização na arte brasileira e visibilidade de sujeitos negros nas artes visuais. É autor da Tese Montagem Fílmica e exposição: Vozes Negras no Cubo Branco da Arte Brasileira e Membro do Flume - Grupo de Pesquisa em Educação e Artes Visuais. Tem mantido atividades na área de formação e debate sobre arte brasileira e racialização em instituições como MASP, Instituto Itaú Cultural, Instituto Moreira Salles, MAC/USP. Atualmente é curador do projeto "Dos Brasis"-Arte e Pensamento Negro” do Sesc.

Lorraine Mendes

Lorraine Mendes é graduada em Artes e Design pela UFJF, mestra em História pela mesma instituição e atualmente é doutoranda em História e Crítica da Arte no PPGAV-UFRJ, onde desenvolve sua pesquisa sobre as representações do negro e da negritude na história da arte branco-brasileira e os projetos de Nação, realizando uma revisão do arquivo de imagens que formam a ideia de Brasil a partir da agência poética negra contemporânea. Inicia-se na docência no ano de 2017, tendo sido professora substituta do Departamento de Teoria e História da Arte da EBA-UFRJ entre 2019 e 2021. Tem realizado curadorias em feiras, galerias e instituições de arte nacionais e internacionais como desdobramentos de sua pesquisa.

Marcelo Campos

Marcelo Campos nasceu, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Professor Associado do Departamento de Teoria e História da Arte do Instituto de Artes da UERJ. Curador Chefe do Museu de Arte do Rio. Foi diretor da Casa França-Brasil, entre 2016 e 2017. Foi professor da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Membro dos conselhos dos Museus Paço Imperial (RJ); Museu Bispo do Rosário de Arte Contemporânea (RJ). Doutor em Artes Visuais pelo PPGAV da Escola de Belas Artes/ UFRJ. Possui textos publicados sobre arte brasileira em periódicos, livros e catálogos nacionais e internacionais. Em 2016, lança Escultura Contemporânea no Brasil: reflexões em dez percursos. Salvador: Editora Caramurê, incluindo parte significativa da produção moderna e contemporânea brasileira, em um levantamento de mais de 90 artistas. Realiza curadoria de exposições, desde 2004, em diversas instituições no Brasil, com mais de cem curadorias, até o momento, dentre as quais, destacam-se: Sertão Contemporâneo, na Caixa Cultural, em 2008, Rio de Janeiro e Salvador; Efrain Almeida: Uma pausa em pleno vôo, no MAM/BA, em 2016; Bispo do Rosário, um canto, dois sertões, no Museu Bispo do Rosário de Arte Contemporânea, em 2015. Além da produção citada, as matrizes africanas e afro-brasileiras são pesquisadas em exposições, como, Orixás, Casa França Brasil, 2016; O Rio do Samba: resistência e reinvenção, Museu de Arte do Rio (MAR), 2018, Casa Carioca, MAR, 2020, Crônicas Cariocas, Museu de Arte do Rio (MAR), 2021; Um defeito de Cor, MAR, 2022. Além das citadas, curou as exposições individuais de Aline Motta, Mulambö, Bqueer, Ayrson Heráclito no Museu de Arte do Rio (MAR). Em 2018, uma grande exposição atualizou o mapeamento da região Nordeste, incluindo pesquisa e trabalho de campo em todos os estados da região, junto com os curadores Clarissa Diniz e Bitú Cassundé, resultando numa mostra de grande porte no Sesc 24 de maio, em São Paulo. Atualmente, coordena pesquisas sobre artistas afrodescendentes no Projeto de extensão, Arte e Afrobrasilidade da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). 


bottom of page