5 dicas práticas para não cair em golpes digitais nesta Black Friday
- Rodrigo Carvalho

- há 6 dias
- 4 min de leitura

Segundo o relatório mais recente da RH-ISAC (Retail & Hospitality Information Sharing and Analysis Center), divulgado em novembro de 2025, os ataques cibernéticos direcionados ao varejo e à hospitalidade tendem a crescer até 520% durante os meses de maior volume de compras, especialmente em novembro, quando se concentram eventos como a Black Friday (no dia 28 de novembro) e o início das promoções de fim de ano. O estudo aponta que as tentativas de invasão automatizadas, fraudes de pagamento e campanhas de phishing em larga escala se intensificam nesse período, impulsionadas pelo aumento do tráfego online e pelo comportamento mais impulsivo do consumidor.
“Promoções intensas como a Black Friday abrem janelas de vulnerabilidade porque o volume de acessos sobe, a atenção diminui e o oportunismo digital cresce, quem se prepara antes reduz muito o risco”, alerta Paulo Henrique Lima, engenheiro de dados, perito em inteligência artificial e CEO da Savvix, uma startup que une tecnologia, criatividade e propósito social para aproximar consumidores e pequenos comerciantes do Brasil inteiro.
5 dicas para se proteger de verdade com orientações práticas:
1. Confirme sempre a origem da oferta antes de ceder seus dados
Durante grandes eventos de vendas, proliferam sites falsos que imitam grandes marcas, prometem descontos inacreditáveis e têm URLs quase idênticas às originais.
O que fazer:
Digite manualmente o endereço do site da loja, evite clicar em links recebidos por e-mail ou redes sociais.
Verifique se o endereço começa com “https://” e se há o cadeado de segurança no navegador.
Preste atenção em erros de grafia ou domínios estranhos (ex.: “loja-oficlal.com” em vez de “loja-oficial.com”).
“Uma das armadilhas mais comuns é o domínio levemente alterado, basta um caractere trocado para que milhares de consumidores sejam vítimas. Verificar o endereço evita muitos problemas”, explica Paulo Henrique Lima.
2. Adote senhas fortes, não reutilize combinações e ative a autenticação de dois fatores
Quando suas credenciais são fracas ou usadas em vários serviços, você se torna alvo fácil. E se uma conta sua for invadida, o atacante pode não só comprar em seu nome como extrair dados valiosos.
O que fazer:
Crie senhas diferentes para cada loja ou plataforma de compras.
Ative a verificação em duas etapas (2FA) sempre que possível, via app autenticador ou SMS (sms é mais vulnerável).
Evite salvar senhas no navegador sem proteção adicional.
“Mesmo que você use um site confiável, se sua senha tiver sido exposta em outro lugar e você repetiu, o risco está lá. A autenticação extra é um impedimento efetivo para quem tenta invadir”, ressalta Paulo Henrique Lima.
3. Desconfie de e-mails, SMS ou mensagens de WhatsApp com ofertas “imperdíveis”
O volume de comunicações promocionais aumenta na Black Friday e os golpistas aproveitam. Eles enviam mensagens que parecem legítimas, sobre prêmios, descontos exclusivos ou “estoque limitado” para induzir à ação rápida.
Confira os sinais de alerta:
Remetente desconhecido ou com domínio estranho.
Link que leva a um site externo ou pede instalação de app.
Mensagem que transmite urgência extrema (“últimas horas”, “vagas limitadíssimas”, etc.).
“Hoje os criminosos usam IA para personalizar mensagens: usam seu nome, histórico de compras e criam a sensação de urgência, por isso fica difícil distinguir do legítimo. Desacelerar é o melhor antídoto”, salienta Paulo Henrique Lima.
4. Prefira métodos de pagamento seguros e monitore sua movimentação bancária
Mesmo após clicar “comprar”, o processo ainda pode expor seus dados e finanças. Usar métodos que oferecem proteção e permanecer atento às transações ajuda a evitar prejuízos.
Recomendações:
Use cartão virtual, se seu banco oferecer, para compras online.
Após a compra, confira seu extrato ou fatura nas 24–48 horas seguintes para detectar movimentações estranhas.
Guarde comprovantes de pagamento e, se comprou em marketplace, verifique se o vendedor é verificado.
“Quando um golpista rouba seus dados, ele pode não usar imediatamente ou pode revendê-los. Entregar o mínimo possível e monitorar o que ficou é tão importante quanto evitar o golpe”, comenta Paulo Henrique Lima.
5. Depois da compra: mantenha o controle da sua conta da loja e dos dados pessoais
A proteção não termina ao clicar em “finalizar pagamento”. Mesmo lojas confiáveis podem sofrer incidentes e suas informações podem estar em risco.
Cuidados pós-compra:
Acesse sua conta na loja: altere a senha, verifique sessões ativas (deslogue de dispositivos que não reconhece).
Monitore se a empresa em que você comprou divulga incidentes ou solicitação de redefinir senha.
Verifique a política de privacidade e o histórico de segurança da loja, empresas que já tiveram vazamentos podem ser mais vulneráveis.
“Quando uma loja é atacada, nem só os dados de pagamento são roubados, muitas vezes, o cadastro e histórico do cliente também. Prevenção do lado do consumidor e da empresa são igualmente importantes”, pontua Paulo Henrique Lima.
A grande lição é: promoção não pode significar descuido. Com a proximidade da Black Friday, os cenários de risco aumentam e o volume de transações eleva a visibilidade dos usuários para os criminosos digitais. “A tecnologia avança, os métodos dos criminosos também. O que muda é o nível de atenção que o usuário adota, quem estiver prevenido tem muito menos a perder”, conclui o engenheiro de dados.










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