Apenas um a cada quatro pessoas LGBTQIA+ conseguiu um trabalho formal com carteira assinada no Brasil no último ano
O Fundo Positivo, em sua missão de promover a inclusão e o bem-estar da população LGBTQIA+, divulga, pela primeira vez, uma pesquisa exclusiva realizada com mais de 100 organizações sociais de todo o país, que traz à tona os desafios e avanços no cenário da inclusão econômica e geração de renda dessa comunidade no Brasil.
O estudo intitulado “Inclusão econômica e geração de renda da população LGBTQIA+ no Brasil: Desafios, iniciativas e financiamentos”, realizado entre outubro de 2023 a março de 2024 envolvendo representantes de instituições como fundos de financiamento brasileiros, organizações da sociedade civil, iniciativas sociais, gestores de diversidade e inclusão de empresas privadas e representantes do poder público, detalha o papel crucial desempenhado por organizações da sociedade civil e iniciativas voltadas para o desenvolvimento econômico de pessoas LGBTQIA+, destacando a importância dessas entidades na capacitação e formação desse público.
Segundo a pesquisa, as organizações da sociedade civil e iniciativas voltadas à promoção econômica dessa comunidade têm cumprido função central ao investir em projetos que contemplem o desenvolvimento de habilidades, conhecimentos, formações e capacitações. Apesar dos esforços contínuos dessas organizações, o mercado de trabalho formal ainda se mostra incapaz de absorver a mão de obra qualificada proveniente de tais projetos.
A falta de apoio governamental também é um desafio relevante para 45,2% das organizações. Assim como o apoio das empresas privadas para a criação de vagas, segundo 42,3% das respondentes. Estes desafios tendem a demonstrar que o apoio insuficiente dos setores do Estado e das empresas impacta negativamente a capacidade de execução e cumprimento dos objetivos dos projetos.
A pesquisa também aponta para a ausência de estratégias formais e contínuas para a coleta de dados sobre a população LGBTQIA+, o que dificulta a definição de políticas públicas eficazes. Dados sobre escolaridade, idade, raça/cor, renda e inserção no mercado de trabalho são fundamentais para aprimorar a promoção econômica e políticas de geração de renda.”Estamos trazendo à tona um problema que já sabemos que existe, mas agora teremos dados sérios e qualificados para provar. A expectativa é que políticas públicas sejam criadas através deste levantamento”, reforça Harley Henriques, Coordenador Executivo do Fundo Positivo e ativista comprometido com a saúde pública e os direitos humanos.
Outros dados relevantes da Pesquisa:
A iniciativa privada financia mais projetos para inclusão econômica LGBTQIA+ do que o Estado brasileiro, com 49,3% dos projetos financiados por editais de empresas privadas, organizações sociais ou fundos; 29% por captação ou doações de empresas e organizações sociais; e 30,4% por editais do governo.
Apenas 1 em cada 4 participantes LGBTQIA+ conseguiu um emprego formal com carteira assinada, conforme relatado por 57,5% das organizações e iniciativas.
Houve um aumento substancial no número de projetos voltados para a geração de renda para pessoas LGBTQIA+ nos últimos anos, com 63,4% desses projetos iniciados entre 2021 e 2023.
O público-alvo prioritário das iniciativas para a promoção econômica LGBTQIA+ é a população trans: 51% dos projetos focam em mulheres trans, 49% em travestis e 39,4% em homens trans.
A pesquisa completa que dá luz a questão da inclusão da comunidade LGBTQIA+ no mercado de trabalho no país está disponível no link. A iniciativa ainda terá um evento de lançamento, que acontecerá na Bahia e conta com o apoio dos embaixadores do projeto como Carmo Dalla Vecchia, Nanda Costa, Fred Nicácio e Raquel Virgínia.
“O Fundo Positivo ressalta a urgência de maiores investimentos e apoio do setor público e privado para garantir a inclusão econômica plena da população LGBTQIA+ no Brasil, promovendo assim um mercado de trabalho mais justo e igualitário para todos”, finaliza o executivo.
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