“Bom Menino” tenta ser um terror diferente, mas acaba parecendo um episódio fraco de “Coragem, o Cão Covarde”
- Rodrigo Carvalho

- 27 de out.
- 2 min de leitura

Dirigido por Ben Leonberg e estrelado por Shane Jensen (Todd), Arielle Friedman (Vera) e Larry Fessenden (o avô), além do carismático cão Indy, Bom Menino parte de uma ideia curiosa: contar uma história de terror pela perspectiva de um cachorro. A trama acompanha Todd e seu fiel companheiro, que se mudam para a antiga casa de campo da família após a morte de um parente. O lugar, que pertencia ao avô de Todd, é cercado por rumores de ser assombrado por um demônio maléfico. Ignorando os avisos, o protagonista acaba se tornando vulnerável às forças sobrenaturais que rondam a mansão, enquanto Indy começa a enxergar presenças fantasmagóricas pelos cantos e tenta proteger o dono de algo que ele mesmo não entende.
A premissa é interessante e, no papel, tem tudo para funcionar: um terror emocional narrado do ponto de vista de um cachorro, explorando a lealdade e o instinto de proteção do animal diante do mal. A ambientação é eficiente, com uma fotografia fria e silenciosa que reforça o isolamento da casa, e o elenco humano se esforça dentro das limitações do roteiro.
No entanto, a execução deixa a desejar. A narrativa é curta, com cerca de 70 minutos, e parece apressada em vários momentos. O desenvolvimento do suspense é raso e o roteiro não se aprofunda nas motivações ou nas consequências dos eventos sobrenaturais. As aparições e sustos são previsíveis, e o filme acaba caindo em clichês visuais que lembram produções televisivas de baixo orçamento. Em vez de provocar medo genuíno, Bom Menino passa uma sensação de estranheza quase cômica, como se fosse um episódio live-action de Coragem, o Cão Covarde.
Apesar do potencial e da originalidade da proposta, o resultado final é decepcionante. O filme tenta equilibrar ternura e horror, mas não consegue causar impacto em nenhum dos dois extremos. A relação entre Todd e Indy poderia ter sido o coração da história, mas é tratada de forma superficial, sem o peso emocional que tornaria o conflito realmente marcante.
No fim, Bom Menino é uma boa ideia mal executada. Vale a curiosidade pelo ponto de vista inusitado e pela atuação simpática do cachorro, mas quem busca um terror mais envolvente ou assustador provavelmente vai sair do cinema frustrado.
Nota: 🐕🦺🐕🦺










Comentários