Buscando pertencimento, Pratanes documenta vivências familiares no single “Égide”
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Buscando pertencimento, Pratanes documenta vivências familiares no single “Égide”


Sensível e particular, a canção fala de luta e história: uma família surgida do confronto e que tem sua matriarca como base, sustentação

Lançada nessa sexta-feira, 20 de agosto, Égide é o segundo single de Pratanes, projeto musical de Agnes Magalhães, cantora, compositora e realizadora audiovisual de 22 anos, radicada em Taguatinga no Distrito Federal. A canção sucede “Serpente” e antecipa o EP “Salve, Rainha!” - trabalho multiartístico que conta também com um projeto para cinema - inteiramente produzido pela artista.


Com a sensibilidade aflorada pelo Isolamento social, Pratanes iniciou um processo de auto investigação que a levou a mergulhar na história de sua família, de origem maranhense, e no contexto social e político que se insere, sendo uma jovem preta que produz sua música de casa, totalmente sozinha. A partir de suas descobertas e reflexões, em Égide ela encarna memórias ancestrais, e enquanto canta referências à trajetória de sua mãe, compreende vivências e experiências de todo o povo afrodescendente brasileiro, que na busca por um lugar de pertencimento e identificação, acaba se deparando com o apagamento da memória e da história de famílias negras: “Parto de um filho / que pariram e me deram pra criar / parto de um rio que despida / me puseram pra banhar”.

Com uma produção criativa que traz toques de R&B e neo-soul, ela cria melodias imprevisíveis com sombras de ritmos, vozes e batuques que aparecem e desaparecem no plano de fundo da canção, instigando o mergulho no seu universo particular e de sua família: são imagens vivas que se projetam das palavras e contam anos de história. Partida, redenção e reencontro: cada mudança de ritmo é também uma mudança de cenário, tempo e território, costurando memórias entre vozes doces e sofridas, suspiros e choros, finalizando com um lindo coro com participação de Nizete, a mãe da cantora.

“Poder produzir arte nesse contexto é um grande privilégio, mas ao mesmo tempo, estratégia e ferramenta para dizer o que eu quero e preciso com minhas próprias palavras” explica a artista.

Agnes passou a investigar suas raízes e a entender social e politicamente o seu próprio processo de criação e a exercitar sua circularidade espiritual - buscando em si traços de antepassados e cruzando seus símbolos particulares com a documentação da história de sua própria família. Égide foi produzida, composta e gravada na casa da artista em um processo existencial de autocuidado físico e mental que envolve todo o EP “Salve, Rainha!”, ainda inédito.

Você pode acompanhar o trabalho de Pratanes no seu instragam @pratanes.

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