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Curso do IAC-Apta destaca oportunidades e inovações no mercado de óleos essenciais

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O Instituto Agronômico (IAC-Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, promoveu na última terça-feira (11) o 14º Curso Prático de Extração de Óleos Essenciais, reunindo cerca de 80 participantes de diferentes regiões do país, entre produtores rurais, pesquisadores, artesãos e profissionais da indústria, vindos de São Paulo, Bahia, Sergipe, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal.

 

Realizado na Fazenda Santa Elisa, em Campinas, o curso apresentou os avanços e desafios da cadeia produtiva dos óleos essenciais, destacando o papel do Brasil no cenário internacional e as oportunidades de diversificação econômica para produtores agrícolas.

 

A pesquisadora Eliane Gomes Fabri, da Divisão de Pesquisa e Desenvolvimento de Horticultura do IAC e coordenadora do evento, destacou que a proposta do curso é unir teoria e prática para formar novos empreendedores e difundir conhecimento técnico de qualidade. “O projeto é voltado para um público diverso, com vários interesses, de produtores a iniciantes interessados em saber mais sobre o cultivo de plantas aromáticas e o processo de destilação para obtenção do óleo essencial. O IAC tem pesquisas nessa área desde a década de 1930, o que nos dá uma expertise reconhecida nacional e internacionalmente”, afirmou. Em outras edições do curso, já foram recebidos participantes de Portugal, Holanda, Paraguai, Uruguai, Argentina e Costa do Marfim.

 

Durante a parte teórica, realizada no auditório da Divisão de Pesquisa e Desenvolvimento de Café, foram abordados temas como produção de plantas aromáticas, controle de doenças, análise cromatográfica, regulação e panorama de mercado. A palestra da pesquisadora Lilian Cristina Anefalos, do Núcleo de Inovação Tecnológica do IAC, apresentou dados atualizados sobre o setor, incluindo o faturamento global de US$ 6,4 bilhões em 2024, com projeção de US$ 13,39 bilhões até 2033 e crescimento anual estimado em 8,4%.

 

As apresentações também mostraram que existem cerca de 300 óleos essenciais de importância comercial no mundo, com destaque para lavanda, melaleuca, capim-limão, hortelã, laranja e eucalipto. O Brasil tem se consolidado como um dos principais produtores, com grande potencial na produção diferenciada e nas oportunidades de negócios em bioinsumos, cosméticos naturais e aromaterapia.

 

Na parte prática, os participantes acompanharam o processo completo de destilação por arraste a vapor, o carregamento do destilador, a retirada e o armazenamento do óleo essencial, além de uma visita ao campo experimental de plantas aromáticas. “Elas aprenderam a encher uma dorna, acompanhar a destilação e retirar o óleo essencial, além de conhecer espécies no campo e entender mais sobre o cultivo. É um curso completo, que vai do plantio à obtenção do produto final”, explicou Eliane Fabri.

 

Entre os participantes, Marina Azevedo, doutoranda na Universidade de Brasília, viajou de Brasília até Campinas especialmente para o evento. “Vim para Campinas exatamente para este curso, principalmente para aprender mais sobre a caracterização dos óleos, que é o foco do meu doutorado. Estudo os terpenos, moléculas que compõem os óleos essenciais e que dão aroma e sabor. Não conheço outro curso no país com essa estrutura e nível técnico”, relatou.

 

O produtor Emanuel Timossi, de Taiúva (SP), que trabalha com citros, também esteve presente. O setor é um dos mais relevantes do estado e base para o óleo de laranja, um dos mais produzidos no Brasil. “Tenho interesse em conhecer melhor o sistema de produção e ver a parte de lucratividade para poder iniciar no segmento. Já produzo lima ácida Taiti e quero diversificar, buscando outras alternativas”, contou.

 

Com o lema “faça você mesmo as essências”, o evento apresentou ainda uma exposição de equipamentos de extração em diferentes escalas, voltados para laboratórios, pequenos empreendedores e indústrias.

 

A iniciativa reforçou a importância dos óleos essenciais como alternativa sustentável e rentável, unindo ciência, inovação e tradição. “O curso tem principalmente a função de divulgar a técnica de cultivo e a obtenção de óleos essenciais por destilação a vapor. É uma tecnologia acessível, que pode gerar renda e novos negócios no campo e na cidade”, concluiu Eliane Fabri.

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