GOAT: o horror do sonho de ser “o maior de todos os tempos”
- Rodrigo Carvalho
- 2 de out.
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Por: Rodrigo Carvalho
GOAT (ou HIM), o novo filme do diretor Jordan Peele, já está em cartaz nos cinemas e eu corri para conferir. A trama acompanha Cameron Cade (Tyriq Withers), um jovem que cresceu idolatrando um astro do futebol americano e sonhando em seguir os mesmos passos. Talentoso e dedicado, ele é apontado como o provável sucessor do ídolo até que sofre um ataque brutal de um torcedor, que o acerta com uma martelada na cabeça. Fragilizado e com a carreira em risco, o garoto vê seu futuro desmoronar. Quando tudo parece perdido, surge uma ligação de seu agente: Isaiah White (Marlon Wayans), o lendário jogador considerado o verdadeiro “GOAT” — sigla em inglês para Greatest Of All Time (“Maior de Todos os Tempos”) — quer conhecê-lo e submetê-lo a uma semana de treinos intensos em sua mansão isolada.
Animado com a chance da vida, Cameron aceita o convite, mas logo percebe que há algo estranho no ar. A cada dia, os treinos se tornam mais brutais e violentos, a rotina beira o insuportável e o jovem começa a perder a noção do que é real e do que é fruto de sua mente. Entre alucinações e situações cada vez mais bizarras, a experiência toma contornos de pesadelo, culminando em um clímax sangrento.
Peele, que já se consagrou no gênero terror e suspense com "Corra", "Nós" e "Não! Não Olhe!", aparece discretamente em uma ponta como o antigo treinador do protagonista. Confesso que virei fã absoluto com "Corra", não gostei tanto de "Nós" e achei "Não! Não Olhe!" um filme curioso e cheio de camadas. Já em GOAT, ainda não sei se gostei ou não. O filme tem ritmo, cria tensão e entrega um clima perturbador, mas acaba descambando para algo aleatório no desfecho. A proposta é clara: falar sobre pactos, ambição e até onde alguém iria para se tornar o número um, mas o resultado final é confuso e exagerado, transformando-se em um banho de sangue sem grandes explicações.
Mesmo assim, pela jornada e pela intensidade da experiência, vale a pena assistir no cinema. O final, no entanto, fica por conta de cada espectador decidir se funcionou ou não.
NOTA: 🏈🏈🏈
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