Instalação artística leva a um passeio no futuro em meio à crise climática, no Sesi Lab
- Rodrigo Carvalho

- há 52 minutos
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Após temporada em Belém (PA), durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP30, a instalação Atlas Imaginário chega ao Sesi Lab, no coração de Brasília. O projeto dos artistas Gabriela Bilá e Diogo Costa Pinto coloca a capital paraense no centro das discussões climáticas, prevendo como a cidade estará daqui a um século. A abertura da instalação será na quinta-feira (27/11), às 19h, durante o último Night Lab do ano, cujo tema é “Distopias e Ficções”.
Dividido em partes interativas, contemplativas e documental, o Atlas Imaginário, Belém do Pará tem direção de Gabriela e Diogo e mescla urbanismo, cinema e mídias digitais para reinventar e refletir sobre a presença humana na biosfera, tendo como ponto de partida o século XXI. Levando em consideração questões da crise climática como o aquecimento global, Gabriela fez uma vasta pesquisa local para projetar como estará a cidade no futuro, onde cidade e natureza já não se distinguem, sendo um só organismo.
Na mesma noite, Gabriela e Diogo ainda comandam uma conversa poética sobre cidades imaginárias. As entradas podem ser emitidas pela plataforma de ingressos do Sesi Lab, ou, por meio de inscrição presencial, retirando o ingresso no hall do 1º pavimento com a equipe do espaço ou no totem de autoatendimento.
Futuro e a crise climática
Na sua obra, os dois artistas apontam para um futuro com eventos extremos acontecendo com maior frequência, como inundações e secas severas, caso o aquecimento do planeta não seja freado. Isso explica o fato da parte interativa da instalação ser guiada por uma barqueira.
Ela guia um conteúdo digital em 3D, que é projetado em uma das paredes do espaço em looping, conduzindo travessias por cidades-cardume, florestas biossintéticas, mercados de seca e chuva e aparelhagens robóticas – mundos que são ao mesmo tempo utópicos, distópicos e fantásticos.
O visitante, por sua vez, é quem dá a direção ao passeio, manuseando uma grande cabeça de cestaria suspensa em frente à projeção. Com quatro faces que remetem à geometria das cerâmicas marajoaras, ela funciona como leme, dando caminhos, causando turbulências nas imagens e alterando a direção dos futuros ali representados.
Gabriela lembra que o Brasil é o país mais biodiverso do planeta e que o clima está no centro dos principais debates deste século. “Um dos pensamentos desse projeto é como podemos imaginar as nossas cidades, as habitações humanas, de uma maneira que vá além do modelo importado por meio da colonização, onde a cidade é separada da floresta”, explica Bilá. “O que o Atlas está propondo, como campo de pesquisa maior, é pensar de que outras formas as cidades e habitações humanas podem acontecer em escala, mas com outro tipo relação com o tempo, as águas, as terras, as árvores, as paisagens e as trocas com humanos e não-humanos”, complementa.
Também compõe a instalação uma grande maquete feita da fibra da palmeira amazônica do miriti, que também fica suspensa no espaço expositivo, como uma espécie de peixe-cidade, que flutua pelas águas de Belém. Criaturas diversas e de tamanhos diferentes carregam partes da cidade, remetendo a uma Belém futura que se transformou em ilhas devido ao aumento do nível do mar.
Por fim, um grande painel gráfico conta a história deste projeto. Com ilustrações e textos curtos, ali a artista aprofunda de forma mais lúdica os temas urbanos abordados na instalação.
Para trazer a Belém do futuro o mais próximo e original possível da realidade, Gabriela Bilá contou com uma equipe local qualificada para integrar o projeto. É o caso da cantora e compositora Iris da Selva, que faz a performance da barqueira; o artista visual e stylist Labö Young, que assina o figurino; e Marcelo Vaz, que fez as peças expostas a partir da fibra de miriti. Eles dividiram espaços e experiências com Leo Chermont, que assina a trilha sonora; Luan Rodrigues nas filmagens; Victoria Machado, com a assinatura aromática; Jean Petra, com o trabalho em 3D; Natasha Leite, na iluminação; e Juca Culatra na produção.
A instalação Atlas Imaginário, Belém do Pará conta com o fomento do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC-DF).
Abertura da Instalação Atlas Imaginário, Belém do Pará
Quando: de 27 de dezembro de 2025 até março de 2026Visitação: Terça a sexta: 9h às 18h Sábados, domingos e feriados: 10h às 19hOnde: Sesi Lab, Setor Cultural Sul, Asa SulEntrada franca










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