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Instituto Brasil-Israel e Editora Perspectiva lançam coleção de livros “A Questão Judaica Contemporânea”

No próximo domingo, 5 de outubro, o Instituto Brasil-Israel (IBI) e a Editora Perspectiva lançam a coleção de livros “A Questão Judaica Contemporânea”. O lançamento será marcado pelo evento “Pensar o Presente à luz da Questão Judaica”, que será realizado às 16h, no Museu da Imagem e do Som (MIS-SP), com uma roda de conversa seguida da venda dos livros. 

A coletânea, que tem curadoria de Breno Isaac Benedykt, Gita K. Guinsburg, Lia Vainer Schucman e Sergio Kon, propõe uma contextualização crítica e uma análise situada das múltiplas configurações identitárias, políticas e simbólicas da questão judaica contemporânea, considerando os desdobramentos do ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 a Israel e a subsequente resposta militar israelense em Gaza. Ao todo serão 10 títulos, clássicos e contemporâneos, que serão lançados até maio de 2026. 

“Esta coleção propõe, diante do momento em que estamos vivendo, um espaço de reflexão aberto e compartilhado, que seja de dentro para fora, assim como de fora para dentro, com inspirações para se debater e se pensar sobre antissemitismo e outras questões da judaicidade”, afirma Carolline Mello, gerente de Educação do IBI. 

Os quatro primeiros livros já estão à venda. São eles: 

Reflexões Sobre o Racismo, de Jean-Paul Sartre:

Prefácio: Lia Vainer SchucmanTradução: J. GuinsburgRevisão de tradução: Adriano C.A. e Sousa

O filósofo existencialista francês desenvolve uma análise psicológica do antissemitismo, o que possibilita compreender alguns aspectos relevantes do desenvolvimento de sentimentos preconceituosos. Através de uma desconstrução do comportamento e da postura psicológica do tipo antissemita, aliada a uma análise de aspectos relevantes da história da Europa, procura provar a incoerência das ideias racistas contra o povo judeu. A análise de Sartre vai muito além do embate com os libelos racistas de sempre e do mero registro histórico, busca as raízes existenciais do antissemitismo e, no fundo, de todo racismo.

 

Exclua o Judeu em Nós, de Jean-Luc Nancy:

Posfácio e Tradução: Breno Isaac Benedykt

A persistência ou insistência do antissemitismo, que julgávamos impossível, significa que temos de lançar um novo olhar sobre o que pode ser o resultado dessa disposição hedionda e mórbida. Temos de ir mais fundo nas suas origens. Estas encontram-se no cerne da cultura europeia e pré-europeia e na conjugação contraditória de duas respostas ao apagamento das culturas arcaicas: a resposta grega e a resposta judaica conjugam-se como duas afirmações de uma humanidade emancipada do mito, mas opõem-se como duas formas de conceber a autonomia humana. Por um lado, a autonomia tendencialmente infinita do logos; por outro, a autonomia paradoxal de uma heteronomia que responde a um deus oculto. Como é que essas premissas intrinsecamente contraditórias deram origem a uma história tão longa e terrível de ódio ao judeu, que disfarça, na verdade, o ódio a si próprio? 

Prefácio: Daniel FeldmannTradução: Marise Levy Wahrhaftig

Quando se trata do nome “Israel”, muitas posições são tensas porque são irracionais. Não há nada mais normal ou comum do que o facto de um nome estar ligado a emoções. Mas a forma como certas emoções se sobrepõem a certas razões é por vezes singular, nomeadamente no caso de “judeus” e de “Israel”. Ivan Segré se propõe a retomar o fio histórico e político das razões: na primeira parte, aborda a questão desde o antijudaísmo antigo passando pela análise do antijudaísmo cristão, chegando ao antissemitismo. 

Do Antissionismo ao Antissemitismo, de Léon Poliakov

Prefácio: Flávio LimoncicTradução: Geraldo Gerson de SouzaRevisão de tradução: Adriano C.A. e Sousa

A crise do Oriente Médio tem, sem dúvida, no conflito israelo-palestino, um de seus pontos mais delicados. E os judeus, como um todo, querendo ou não, veem-se nele envolvidos em escala internacional. Independentemente de suas matizadas posições a respeito do problema e do que pensem quanto ao modo de resolvê-lo, são tidos como parte do contencioso em curso. Mesmo que as ideias e posições político-ideológicas no seio de sua vida coletiva sejam muito diferentes, e divergentes, eles são vistos em sua relação com a nação israelense sob um único prisma: “os judeus”, ou melhor, “o judeu”. Qual a razão disso? 

As demais obras da coleção “A Questão Judaica Contemporânea”:

O Estado do Exílio, de Danny Trom

Prefácio: Danny TromTradução: Newton Cunha

O que é o Estado de Israel? Esta pergunta ficou sem uma resposta categórica desde o nascimento do Estado, como atesta a não promulgação de uma Constituição. Se permanece sem resposta, é porque a própria ideia de um Estado colide com a condição judaica do exílio. O livro mostra que o Estado de Israel é o produto desta contradição, não a sua solução. Daí resulta que este Estado não é o Estado-nação dos judeus, mas um Estado “para os judeus”, uma forma adaptada à condição exílica no mundo político moderno. 

A Condição Judaica: Heranças

Hannah Arendt – Judeu como PáriaAndré Neher – O Homem JudeuMartin Buber – Fé do JudaísmoAnatol Rosenfeld – O Conflito entre Indivíduo e EstadoRobert Misrahi – Uma Humanidade OriginalAlbert Memmi – O judeu, a Nação e a HistóriaJ. Guinsburg – O que é ser Judeu

Prefácio: Gita K. Guinsburg e Lia Vainer Schucman

Tradução: Newton Cunha [Hannah Arendt]

Textos clássicos de autores importantes da segunda metade o século XX sobre o que significa “ser judeu”. Os autores revelam as contradições, as afirmações e as incertezas de uma identidade tão profunda quanto incerta, tão interior quanto exterior, tão convergente quanto divergente. 

Memória Multidirecional, de Michael Rothberg

Prefácio: Michel GhermanTradução: Rainer Patriota

O livro traz uma dupla argumentação sobre a memória do Holocausto em uma era global, situando-a no contexto da descolonização. Por um lado, demonstra como o Holocausto permitiu a articulação de outras histórias de vitimização ao mesmo tempo em que foi declarado “único”. Por outro, revela o fato de que a sua memória pública surgiu em parte graças a eventos do pós-guerra que parecem, a princípio, ter pouco a ver com isso. 

O Imperdoável: É você Judeu?, de Danielle Cohen-Lévinas

Prefácio: Danielle Cohen-LévinasTradução: Newton Cunha

Entramos no século XXI e a questão judaica ainda não está resolvida. O antissemitismo é um desafio permanente, como se, à escala europeia e mundial, não se soubesse o que fazer com os judeus e o judaísmo. A figura do judeu assombra a nossa civilização ao ponto de contaminar todos os aspectos da vida. Cada um tem a sua própria reação, embora nenhum argumento racional tenha conseguido compensar o ódio comum que sentimos pelo outro.

 

A Questão Judaica após o 7 de outubroLia Vainer Schucman, Breno Isaac Benedykt (Orgs.)

Apresentação: Sergio Kon

Os ataques violentos do Hamas em 7 de outubro de 2023 e a furiosa resposta do Estado de Israel deflagraram uma crise na região que rapidamente se internacionalizou e trouxe à tona, mais uma vez, a questão do antissemitismo. Judeus e judias brasileiros se veem subjetivamente impactados pelos acontecimentos e seus desdobramentos políticos e sociais. 

Vítimas, de Benny Morris

Prefácio: Leonardo AvritzerPrefácio à edição brasileira: Benny MorrisTradução: Margarida Goldsztajn

O historiador analisa os mitos acalentados por ambos os lados para apresentar uma história épica das relações arabo-sionistas nos últimos 120 anos. Morris oferece relatos distintos de cada uma das guerras e detalha os esforços esporádicos de paz entre elas, culminando no processo de paz iniciado pelo governo Rabin. O posfácio para a edição da Vintage examina a liderança do primeiro-ministro trabalhista, a morte do presidente sírio Hafez Assad, a retirada de Israel do Líbano e os recentes conflitos com os palestinos. No prefácio para a edição brasileira, o autor aborda o cenário que se desenvolve a partir de outubro de 2023. A obra é um completo registro histórico de um profundo conhecedor do Oriente Médio.

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