Liderar é manter a casa funcional — e ainda ter coragem de reformá-la
- Rodrigo Carvalho
- há 7 dias
- 2 min de leitura
*Por Cláudio Morais
Vivemos uma era em que mudanças são a única constante. A velocidade com que tecnologias emergem, mercados se transformam e comportamentos se alteram desafia organizações a se reinventarem continuamente. Nesse contexto, duas competências se destacam como essenciais: adaptabilidade e ambidestria organizacional.
Adaptabilidade é a habilidade de ajustar rotas diante de novos cenários sem perder o rumo. É a flexibilidade de lidar com imprevistos, transformar desafios em oportunidades e manter o foco nos objetivos, mesmo quando o terreno muda. Já a ambidestria é o equilíbrio entre excelência no presente e inovação para o futuro. Trata-se de manter a casa funcionando com eficiência, ao mesmo tempo em que se experimenta o novo, se aprende e se arrisca.
Na RHI Magnesita, esse equilíbrio tem sido colocado à prova em projetos estratégicos que redesenham nosso modo de operar: da digitalização de processos com o SAP Hana à padronização global do portfólio, passando pela modernização da cadeia de suprimentos e integração de empresas adquiridas. Esses movimentos exigem que todos — da liderança à linha de frente — estejam abertos a desaprender e reaprender.
A cultura organizacional é o solo fértil onde essas competências crescem. Empresas que incentivam o aprendizado contínuo, valorizam a diversidade de ideias e tratam o erro como aprendizado criam o ambiente ideal para inovação. Sem segurança psicológica, é difícil inovar. Quando as pessoas se sentem ouvidas e respeitadas, se tornam mais criativas, engajadas e resilientes.
A liderança tem papel central nesse processo. Um líder que promove confiança, que dá liberdade para experimentar e que apoia tanto nos erros quanto nos acertos, é o catalisador da mudança. Liderar hoje não é controlar tudo, mas sim criar um ambiente onde o novo pode florescer.
Claro que há desafios. A resistência à mudança é natural — especialmente quando o que já funciona parece suficiente. Além disso, equilibrar recursos entre a operação atual e a inovação futura exige visão estratégica e coragem. Mas quando a organização entende que inovar não é luxo, e sim sobrevivência, tudo muda.
Durante a pandemia, por exemplo, nossa capacidade de adaptação foi crucial. Mudamos rapidamente para o modelo remoto, redesenhamos processos e cuidamos da saúde emocional das equipes. Isso só foi possível porque já vínhamos investindo em cultura e tecnologia.
O futuro continuará trazendo incertezas. Por isso, mais do que prever o que virá, precisamos preparar nossas organizações para reagir com velocidade e inteligência. Investir em pessoas, tecnologia e cultura é garantir que estaremos prontos — não apenas para resistir, mas para crescer.
Adaptabilidade e ambidestria não são tendências passageiras. São as bases das organizações que querem não só sobreviver, mas liderar em um mundo que muda todos os dias.
*Conselheiro Estratégico da ABRH-MG e Diretor de People & Cultura da RHI Magnesita LATAM
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