O universo de Clarice Lispector na interpretação de Beth Goulart na premiada peça "Simplesmente eu, Clarice Lispector"
- Rodrigo Carvalho
- há 2 horas
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Sucesso absoluto e um marco na carreira Beth Goulart, Simplesmente eu, Clarice Lispector, cuja estreia nacional foi em Brasília no ano de 2009, já passou por quase 300 cidades e foi assistido por mais de 1.300.000 espectadores. Aos dois anos de pesquisa, seis meses de preparação, somados a dois meses de ensaios, Beth costuma dizer: “fiquei grávida de Clarice e estava tudo na minha cabeça”.
A nova temporada em Brasília será nos dias 7, 8 e 9 de novembro, no Teatro Royal Tulip. Ingressos à venda em https://bileto.sympla.com.br/event/109940/d/337302, onde encontra os horários das sessões. A peça tem classificação indicativa de 12 anos.
Perceber que o universo intenso da autora e suas personagens seguem conquistando novas plateias, deixa Beth Goulart radiante. “As pessoas saem felizes e impactadas por Clarice Lispector e só tenho a agradecer pela magia do teatro ter criado esse caminho, através do meu trabalho, como criadora e atriz”, reflete.
Dos fragmentos pinçados de obras emblemáticas de Clarice para a construção da obra estão "Perto do Coração Selvagem", "Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres", e os contos "Amor" e "Perdoando Deus”. Na narrativa do espetáculo, Beth entrelaça a autora e as vozes de quatro personagens femininas, Joana, Lori, Ana e mulher sem nome, que representam diferentes momentos da vida e do pensamento de Clarice.
A cenografia minimalista e a iluminação, meticulosamente desenhada, criam um espaço onírico, onde a autora e suas personagens dialogam sobre amor, silêncio, solidão e o mistério da existência. “Simplesmente eu, Clarice Lispector é uma ode ao amor, quando vou de encontro ao viés mais presente e importante da obra da Clarice na busca por esse sentimento, o mais sublime do ser humano”, declara Beth, que está celebrando seus 50 anos de carreira.
A montagem conta com um time de renomados parceiros. A trilha sonora original de Alfredo Sertã, inspirada em Erik Satie, Arvo Pärt e Astor Piazzolla, guia a atmosfera sensorial. A iluminação de Maneco Quinderé e a direção de movimento de Márcia Rubin, assim como a preparação vocal por Rose Gonçalves, adicionam camadas de expressividade à encenação. O cenário, assinado por Ronald Teixeira e Leobruno Gama acolhe e transforma o espaço cênico com a luz e os movimentos da atriz. Amir Haddad assina a supervisão do trabalho da atriz e no figurino de Beth, Filipecki reforça a elegância e simplicidade de Clarice e suas personagens.
Premiações
Com a estreia, veio o reconhecimento para Beth Goulart, quando foi premiada como “Melhor Atriz” no “Shell 2009”, “APTR”, “Revista Contigo” e “Qualidade Brasil”, esse que também premiou a montagem como “Melhor Espetáculo”.
O espetáculo
Simplesmente eu, Clarice Lispector é um espetáculo teatral que celebra a vida e a obra da icônica escritora brasileira Clarice Lispector. Concebido, adaptado, dirigido e protagonizado por Beth Goulart, o espetáculo é uma ode ao amor e uma homenagem à importância de Clarice Lispector na literatura e na vida da sua criadora.
É uma jornada emocional que conduz o público pelo universo da escritora, revelando facetas de sua personalidade e de seus personagens. Com uma cenografia minimalista e iluminação meticulosamente desenhada, o espetáculo cria um espaço onírico que reflete a atmosfera da obra de Clarice Lispector.
A concepção
À medida que Beth Goulart ia escrevendo, já imaginava como seria o espetáculo que concebeu. E foram seis meses de preparação e dois meses de ensaio. No primeiro mês de ensaio Beth reuniu os profissionais dizendo a cada um o que desejava. No segundo mês, Beth contou com a colaboração artística do mestre Amir Haddad, que participou de quatro ensaios, quando fez a supervisão da atriz, conversou com Beth e comentou: “jamais terei o primeiro olhar, o meu olhar será sobre o seu olhar” e finalizou: “O espetáculo já está pronto”.
Sinopse
Clarice Lispector conversa com o público sendo ela mesma e suas personagens, quatro mulheres que, para Beth Goulart, representam as várias facetas de Clarice: Joana, que representa impulso criativo selvagem de “Perto do Coração Selvagem”; Ana, do conto “Amor”, que representa a fase da autora dedicada ao marido e aos filhos; Lori, da obra “Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres”, uma professora primária que se prepara para descobrir e se entregar ao amor; e uma personagem sem nome do conto "Perdoando Deus”, com sua ironia, inteligência e humor.
A relação de Beth com Clarice e o viés da dramaturgia:
Clarice falava sobre o amor maternal, o relacionamento, o amor a Deus, à natureza, ao próximo. “Escolhi esse viés para apresentá-la ao público”, assume Beth.
Joana, uma mulher inquieta, que representa o impulso criativo selvagem e foi a primeira personagem de Clarice Lispector que Beth Goulart conheceu, no auge da adolescência, ao ler “Perto do Coração Selvagem”, romance de estreia da autora. Sua identificação foi inevitável: "Eu achava que não era compreendida. O que fazer com isso tudo dentro de mim, com esse processo criativo? Só Clarice me entendia", confessa a atriz.
Já Ana, do conto "Amor", leva uma vida simples, dedicada ao marido e aos filhos e tem a rotina quebrada ao se impressionar com a magia do Jardim Botânico: “Ela representa a fase em que Clarice se dedicou totalmente ao marido e aos filhos”, destaca a diretora.
Lóri, da obra “Uma aprendizagem ou o Livro dos Prazeres” é uma professora primária que mora sozinha e se prepara para descobrir e se entregar ao amor. “Toda a obra de Clarice é uma ode ao amor, o sentimento mais transformador do ser humano”, declara Beth.
Há ainda outra mulher sem nome, que, no conto "Perdoando Deus", se deixa mergulhar na liberdade enquanto passeia por Copacabana: “Essa personagem sem nome representa a ironia, a inteligência e o humor na obra de Clarice. Essas quatro mulheres representam algumas facetas da própria Clarice e foram escolhidas para apresentar ao público a obra de um dos maiores nomes da literatura brasileira”, sentencia Beth Goulart.
Na peça, Beth faz reflexões sobre temas como criação, vida e morte, Deus, cotidiano, solidão, arte, aceitação e entendimento e trabalha pontos característicos da obra de Lispector, como o vazio, o silêncio e o instante-já,: "Aquele momento único, que é como um flash, um insight, em que tudo se esclarece", explica a atriz.
Para a Beth, representar Clarice Lispector é realizar um antigo desejo: "Eu sempre acalentei essa vontade de um dia poder dar meu corpo, minha voz, minhas emoções para colocá-la viva em cena."
Ficha técnica:
Texto: Clarice Lispector | Direção, concepção original, adaptação, atuação: Beth Goulart | Supervisão da atriz: Amir Haddad | Iluminação: Maneco Quinderé | Operadora de luz: Diana Cruz | Trilha sonora original: Alfredo Sertã | Operador de som: Paulo Mendes | Figurino: Beth Filipecki | Camareira: Flávia Cotta | Cenografia: Ronald Teixeira e Leobruno Gama | Diretor de cena: Guaraci Ribeiro | Programação visual: Studio C Comunicação | Assessoria de imprensa local: Território Comunicação | Produção executiva: André Filippe Oliveira | Direção de produção: Pierina Morais | Realização: Self Produções Artísticas LTDA | Produção em Brasília: DECA Produções | Patrocínio local: Brasal
Material à imprensa: https://bit.ly/SimplesmenteeuClariceLispector
Serviço:
Simplesmente eu, Clarice Lispector
Gênero: espetáculo poema
Local: Teatro Royal Tulip
Endereço: SHTN Trecho 1 Conjunto 1 B – Bloco C
Dias 7, 8 e 9 de novembro.
Horários: sexta e sábado, às 20h, e domingo, às 19h
Sessões extras: dias 8, às 17h, e 9, às 16h30
Capacidade: 420 poltronas e 80 cadeiras extras
Ingressos: partir de R$ 25
Bilheteria: Belini 113 Sul (sem taxas), ou em https://bileto.sympla.com.br/event/109940/d/337302
Classificação indicativa: 12 anos
Duração: 60 min
Observações: recomendável ir de táxi ou Uber. Não é permitida a entrada após o início do espetáculo. O teatro não faz trocas.
A temporada está inserida na programação do projeto Circuito do Teatro Brasília, da DECA Produções, com patrocínio da Brasal e Ministério da Cultura






