Para fazer o leitor transbordar de coragem, Ana Suarez apresenta a segunda parte de sua autobiografia
Fazer o leitor transbordar de coragem, para viver o hoje e o agora. Este é objetivo do livro “Minha vida escrita à mão - Eu mereço”, segunda parte da autobiografia da médica veterinária, mestre em Reprodução Animal e doutora em Biotecnologia, Ana Suarez. Nas histórias contadas neste segundo volume, a agora escritora e fundadora da Editora Flow deixa evidente que onde e como quer que esteja ela nunca deixa o medo lhe paralisar. “O medo é covarde e preguiçoso e logo desaparece, deixando espaço livre para a liberdade, para a descoberta, para o conhecimento, para a diversão e para a vida”, diz no prefácio da obra.
Repleta de aventuras, descobertas e gafes, esta sequência cobre os episódios pitorescos que sucederam à chegada de Ana a Paris, de onde seguiu para a pequena cidade de Angers, localizada à 296 km da capital francesa, para fazer uma especialização em Controle de Qualidade de Leite e Carne na escola agrícola local. Na obra, a autora aborda ainda outros fatos importantes de sua vida, entre os quais: a sua volta ao Brasil para o término da faculdade de Medicina Veterinária; o complemento dos estudos: entrada e conclusão de mestrado; desventuras no amor; a descoberta de uma grave doença; seu casamento e mais uma incursão ao exterior, dessa vez para a Alemanha.
A primeira metade de “Minha vida escrita à mão - Eu mereço” é dedicada à viagem de Ana à França, evidenciando como essa passagem de sua vida foi importante para ela. Ao contar sobre sua estada em solo francês, ficamos sabendo o porquê. Ao viajar sozinha para um lugar tão distante pela primeira vez na vida ela aprendeu lições valiosas que carrega até hoje, entre as quais: o poder de ser independente, a importância de entender as diferenças entre culturas e a desconstruir crenças limitantes e preconceitos, assim como de estar bem-preparada para enfrentar desafios.
Nesta parte, destaque para alguns episódios curiosos e divertidos, como a estada de 15 dias de Ana em uma fazenda situada em Landudal, um pequeno vilarejo na região da Bretanha, onde morou com uma família constituída por um casal e suas três filhas e vivenciou a cultura familiar local e a rotina de um produtor de leite. Não obstante as diferenças culturais, especialmente com relação aos hábitos alimentares e de higiene, a autora enfatiza ter desenvolvido um respeito e um amor por aquela família que a fez ficar muito triste quando teve que se despedir dela ao final do período de intercâmbio.
São inúmeros os episódios marcantes da passagem de Ana por Paris: as viagens que fez por vários países da Europa, tais como Inglaterra, Alemanha, Áustria, Hungria, Espanha e Itália (onde se espantou com a quantidade de palavrões proferidos pelos moradores); os amigos de diversas nacionalidades que conquistou pelo caminho; os pequenos conflitos com os colegas brasileiros, que se sentavam no fundão e atrapalhavam as aulas; os elogios recebidos pelo professor “mais bravo” da escola por se esforçar em aprender o idioma francês; e, claro, o seu estágio em Paris, “com um dos professores mais competentes do departamento de pesquisa veterinária mais conceituado da França”.
Ana gostou mesmo de sua experiência na Europa e no livro deixa claro que se surgisse alguma oportunidade ficaria por lá, mas como nada apareceu, restou a Ana voltar ao Brasil, onde ainda teria que esperar mais um semestre para cursar as disciplinas que faltavam para formar-se. Para ocupar-se foi atrás de uma nova “aventura”: mudou-se, com seu namorado para Brasília, para estagiar na Embrapa, mais especificamente no Centro Nacional de Pesquisa de Recursos Genético e Biotecnologia (Cernagen). “A honra de trabalhar com os maiores cientistas do país, responsáveis pelas pesquisas sobre clonagem e conservação de material genético de espécies animais foi gigante”, relata.
Na ocasião, um episódio pitoresco: Ana foi morar em um prédio de laboratório abandonado para ficar próximo da fazenda onde iria estagiar. A fim de tornar a instalação um lugar apropriado para morar, ela e o namorado trabalharam arduamente. “Lavamos as salas azulejadas do chão ao teto com mangueira, trouxemos colchões e um fogareiro a gás. Fundamos um alojamento e ali moramos no meio do cerrado”, conta. Meses depois, Ana voltou a Goiás para terminar a faculdade de Medicina Veterinária. Concluído o curso, prosseguiu os estudos.
Por intermédio de um renomado professor que conheceu na França, foi cursar seu mestrado em Reprodução Animal, na UFRGS, em Porto Alegre. Para lá, mudou-se logo depois de se formar com o namorado. Em terras gaúchas, conquistou a posição de chefe do laboratório, o que foi essencial para a sua qualificação profissional; precisou lidar com um orientador talentoso e preocupado, mas que tinha rompantes de violência; e viveu um rompimento com seu namorado, em razão de este sentir-se diminuído com o progresso de Ana.
Foi em Porto Alegre também que Ana recebeu uma oportunidade que mudaria sua trajetória profissional, até aquele momento totalmente focada na reprodução animal. Ana tornou-se assistente num projeto de estruturação de um laboratório de reprodução assistida em humanos no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), um projeto pioneiro, pois as pacientes eram todas do sistema público de saúde (SUS). Posteriormente tornou-se embriologista do laboratório. “Lá estava eu, a pessoa que com 5 anos contava na escola que era de proveta, pela ausência do meu pai, fazendo centenas de bebês de proveta para centenas de casais”, diz.
Terminado o mestrado, a vontade de Ana era continuar seus estudos acadêmicos, mas tudo mudou quando descobriu um câncer na tireoide no final de 2000. Após o tratamento bem-sucedido, a médica veterinária recolheu-se para repensar sua vida. Interrompeu os planos de fazer doutorado e começou a frequentar festas e baladas. Viveu dessa maneira por cerca de três anos, até que a vocação pelos estudos começou a falar mais alto novamente. Instigada por uma amiga, inscreveu-se em um curso de doutoramento na Alemanha e passou. Tinha um ano para aprender a se comunicar no idioma local para não “passar vergonha” em terras alemãs.
As páginas derradeiras de “Minha vida escrita à mão - Eu mereço” apresentam Ana em compasso de espera. Fechada para novos relacionamentos, dedicando-se aos estudos do idioma alemão, a única válvula de escape da vida da médica veterinária são os exercícios físicos feitos em uma academia ao lado de sua casa. É lá que conhece o amor de sua vida, mesmo certa de que nunca iria encontrá-lo. Apaixona-se, namora, noiva e casa em um período relâmpago. Dessa vez, Ana não vai só para sua incursão para o exterior.
Sobre a autora
Nascida em Ipameri (GO), Ana Suarez ganhou o mundo. Depois de morar na França e na Alemanha, fixou residência em Lucerna, na Suíça, onde vive com o marido e a filha. Formada em Medicina Veterinária, mestre em Reprodução Animal e doutora em Biotecnologia, fez sua transição de carreira em abril de 2020, tornando-se escritora. Hoje tem cinco livros publicados. É também proprietária da Editora Flow, especializada em livros motivacionais.
Ficha técnica:
Livro: Minha história escrita à mão – eu mereço
Editora : Editora Flow 2023
Idioma : Português
Capa comum : 214 páginas
ISBN: 978-6584970-01-4
Dimensões : 14 x 21 cm
Categoria: biografia
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