Pavilhão cidades resilientes destaca papel urbano na resposta global à crise climática
- Rodrigo Carvalho
- há 9 minutos
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Em pleno coração da Amazônia, os riscos e impactos da crise climática nas cidades estarão entre os grandes temas da COP30, conferência do clima das Nações Unidas que ocorrerá entre 10 e 20 de novembro de 2025, em Belém do Pará.
Com protagonismo inédito na agenda do evento, o Pavilhão Cidades Resilientes vai reunir pesquisadores, organizações da sociedade civil, governos e organismos internacionais para debater desafios e soluções voltadas à adaptação urbana, aumento da resiliência frente a eventos climáticos extremos, 'à redução das vulnerabilidades sociais e à construção de territórios mais resilientes e inclusivos.
Para tanto, o IBAM – Instituto Bem Ambiental, em parceria com o Grupo MYR, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) e o Conselho Federal de Química (CFQ), preparou mais de 60 painéis e lançamentos exclusivos, com temas que vão de infraestrutura verde e bioeconomia urbana a justiça climática, saúde e inovação tecnológica. O objetivo é mostrar como a ciência, o planejamento urbano e a inovação podem transformar o futuro climático das metrópoles com justiça social e ambiental.
Ao longo das COPs das Nações Unidas, temas como florestas e combustíveis fósseis dominaram o debate climático. Na COP30, o foco se volta para as cidades, onde vivem mais de 55% da população mundial e que, de acordo com estimativas recentes, já concentram mais de 75% das emissões globais de CO₂ (ONU-Habitat/IPCC). Esses centros urbanos enfrentam enchentes, calor extremo e desigualdade ambiental em escala crescente.
No Brasil, onde 85% da população vive em áreas urbanas, metade dos municípios, 2.807 dos 5.570, está em situação de alta ou muito alta vulnerabilidade climática (Simaclim/MCTI, 2025). Os eventos extremos triplicaram desde os anos 1990, gerando R$ 132 bilhões em prejuízos e afetando 8,2 milhões de pessoas (Cemaden/IPEA).
Com a experiência de quem participa ativamente e presencialmente das COPs desde COP26 (Glasgow), COP27 (Egito), COP28 (Dubai) e a COP29 (Azerbaijão), o IBAM planejou a programação do Pavilhão Cidades Resilientes com o apoio de 15 parceiros de conteúdo, todos reconhecidos por sua competência e atuação diante dos desafios da crise climática. O resultado é uma programação ampla, diversa e integrada.
Para o IBAM, sediar o Pavilhão na Blue Zone da ONU é uma oportunidade histórica de projetar o protagonismo brasileiro na agenda climática global.
“Enquanto as florestas amazônicas simbolizam o equilíbrio planetário, é nas cidades que a crise climática se manifesta de forma mais direta e impacta milhões de pessoas”, afirma Sérgio Myssior, presidente do IBAM.
“O mundo olhará para o Brasil na COP30 e queremos mostrar que nossas cidades já estão experimentando soluções concretas, que unem ciência, técnica e sensibilidade social”, complementa Thiago Metzker, diretor-executivo do Instituto.
URBANISMO, CIÊNCIA E DIVERSIDADE ESTRUTURAM A PROGRAMAÇÃO
Nos primeiros dias, a agenda será dedicada aos temas de urbanismo, arquitetura e adaptação, com debates sobre planejamento urbano sustentável, infraestrutura verde, mobilidade de baixo carbono e habitação resiliente. Participam representantes do CAU/BR, hub.brussels, PUC-Rio, Fiocruz e especialistas internacionais em design climático e soluções baseadas na natureza. Está previsto o lançamento da Plataforma Cidades Resilientes, voltada à integração de municípios brasileiros em políticas locais de adaptação.
A partir de 13 de novembro, os painéis abordarão a relação entre saúde, meio ambiente e justiça social, discutindo riscos biológicos urbanos, saúde pública e mudanças climáticas, segurança alimentar, governança local e inclusão social. A programação contará com a presença de instituições como Fiocruz, Fundação Dom Cabral, Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e prefeituras de diversas capitais brasileiras.
Entre os dias 15 e 17, a ênfase recairá sobre ciência, indústria e descarbonização, em painéis organizados pelo Conselho Federal de Química (CFQ) e parceiros internacionais. Serão apresentados estudos e propostas sobre química verde, hidrogênio e combustíveis limpos, captura e armazenamento de carbono, economia circular e padrões de descarbonização industrial.
Nos dias seguintes, a programação passará a tratar de biodiversidade e natureza nas cidades, com debates sobre biourbanismo, paisagens naturais em áreas urbanas, corredores ecológicos e restauração de ecossistemas. Participarão especialistas da Rede Clima, Fundação Dom Cabral, CAU/BR, PUC-Rio e organizações voltadas à conservação da Mata Atlântica e da Amazônia urbana.
Os últimos dias do pavilhão serão dedicados à diversidade, gênero e justiça climática, com mesas sobre lideranças femininas na ação climática, inclusão de povos indígenas e comunidades negras, e políticas de equidade na adaptação urbana. Estão previstas apresentações sobre financiamento climático inclusivo, juventudes no clima e saberes tradicionais na resiliência territorial.
Ao longo de toda a COP30, o pavilhão sediará ainda lançamentos de publicações e guias técnicos, entre eles o Guia de Arquitetura Climática Adaptativa (CAU/BR), os Padrões de Descarbonização Industrial (CFQ) e o projeto audiovisual “Rota das Mudanças Climáticas”, que documentará experiências urbanas de adaptação em diversas regiões do Brasil.
REDE DE INSTITUIÇÕES BRASILEIRAS E INTERNACIONAIS FORTALECE CONTEÚDO DA PROGRAMAÇÃO
AFD – Agência Francesa de Desenvolvimento Arquitetos pela Moradia
CCBC – Câmara de Comércio Brasil-Canadá FDC – Fundação Dom Cabral
Fiocruz
FNP – Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos Hub.Brussels
INREDE – Rede Brasileira de Institutos de Planejamento Instituto da Cidade
PACTO pela Restauração da Mata Atlântica Prefeitura de Fortaleza
Prefeitura de Niterói Prefeitura de São Luís
PUC-Rio – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro UFABC – Universidade Federal do ABC
SOBRE O IBAM
Fundado em 2015, o Instituto Bem Ambiental (IBAM) é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, de atuação nacional e com expressiva inserção internacional.
Com sede em Belo Horizonte, é formalmente credenciado junto à UNFCCC (Convenção- Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima) e ao IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima), integrando a seleta rede de entidades que contribuem tecnicamente para os processos decisórios climáticos mais relevantes do planeta.
Seu trabalho une ciência, inovação, justiça ambiental e articulação institucional para enfrentar a emergência climática com soluções integradas que geram impacto territorial e político.
O IBAM atua em cinco eixos estratégicos: adaptação às mudanças climáticas e resiliência local nas cidades; soluções baseadas na natureza e restauração ecossistêmica; comunicação climática; justiça climática e inclusão social; advocacy técnico e apoio à formulação de políticas públicas.
SOBRE O GRUPO MYR
Desde a COP26, o Grupo MYR tem participado presencialmente e contribuindo ativamente com as negociações globais, para a construção de soluções inovadoras que promovem um futuro mais sustentável e participando de forma constante da agenda climática internacional.
Além de sua atuação estratégica em planejamento territorial e soluções ambientais, o grupo também investe em inovação tecnológica para monitoramento e certificação de projetos sustentáveis, garantindo maior eficiência na implementação de políticas climáticas.
SOBRE O CAU/BR
Criado pela Lei nº 12.378/2010, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) é a autarquia federal responsável por orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da arquitetura e do urbanismo no país.
Em conjunto com os CAU/UFs, atua na valorização profissional, na defesa da ética e na promoção da contribuição da arquitetura e do urbanismo para o desenvolvimento das cidades.
SOBRE O CFQ
O Conselho Federal de Química (CFQ) é uma autarquia federal dotada de personalidade jurídica de direito público, sediada em Brasília (DF).
Ao lado dos Conselhos Regionais de Química (CRQs), compõe o Sistema CFQ/CRQs, que atua em todas as unidades da federação.
As diretrizes de atuação do CFQ incluem, além da valorização e promoção da Química como vetor de desenvolvimento para o Brasil, o compromisso de garantir à sociedade produtos e serviços de qualidade, dentro da ampla gama de possibilidades técnicas que a Química oferece nos tempos.
SERVIÇO
Evento: Pavilhão Cidades Resilientes
Integrante da: COP30 – Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima Tema central: O papel das cidades na resposta global à crise climática
Período: 10 a 21 de novembro de 2025
Horário: Programação diária das 9h às 18h (horário de Belém) Local: Blue Zone – COP30, Belém, Pará (Brasil)
COORDENAÇÃO INSTITUCIONAL
Sergio Myssior Thiago Metzker
Instituto Bem Ambiental IBAM / Grupo MYR
BIO E CURRÍCULOS
Arquitetura e Urbanista, Pós-graduado em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas. Mestre MSc em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável pela UFMG. Visiting Scholar University of Massachusetts Amherst - Department of Landscape Architecture and Regional Planning. Possui experiência na área ambiental e urbana, com ênfase em soluções ESG, desenvolvimento urbano sustentável, estudos ambientais e urbanísticos, planos de saneamento, gestão de resíduos sólidos urbanos, elaboração de planos diretores, de mobilidade e planos de adaptação, resiliência e combate às mudanças climáticas. Ao longo de sua trajetória profissional contribuiu com diversas entidades e conselhos nas áreas de arquitetura, urbanismo e meio ambiente, a saber: Departamento Minas Gerais do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB-MG): diretor de meio ambiente vice-presidente e membro titular do Conselho Superior (triênio 2014-2016); Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Minas Gerais (CAU/MG): conselheiro estadual suplente (gestão 2012-2014), conselheiro estadual titular. Foi conselheiro titular do Conselho Municipal de Meio Ambiente de Belo Horizonte (COMAM), da Associação Mineira de Defesa do Ambiente e Presidente do Conselho Empresarial de Mobilidade e Logística Urbana da ACMINAS. Atualmente é membro do conselho editorial da Revista Ecológico, Diretor-Presidente do Instituto Bem Ambiental IBAM, do Conselho Curador da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica de Belo Horizonte. Foi um dos idealizadores e promotores da Virada Criativa, processo participativo na área de planejamento urbano. Possui vasta produção de trabalhos técnicos e artigos, publicados em revistas e jornais especializados, bem como na realização de palestras e workshops. É comentarista especializado nos temas de cidades humanas, inteligentes e sustentáveis, mobilidade e adaptação às mudanças climáticas - Rádio CBN, programas "Mais BH" (2013-2017); "A BH que queremos" (2013-2022); Conexões Urbanas (2022-2023). É curador e apresentador do Programa URBI, produzido pela TV Cultura e veiculado na TV Câmara SP, canal NET e youtube; e do ESG Talk. É sócio-diretor do grupo MYR, onde realiza atividades técnicas nas áreas ESG, sustentabilidade, meio ambiente e desenvolvimento urbano integrado. É professor da Fundação Dom Cabral (FDC), uma das melhores escolas de negócios do mundo, na área de cidades inteligentes, mobilidade urbana e ESG.
Thiago Metzker, Dr. Ecologia (UFMG) Google Scholar | ORCID | Lattes | LinkedIn
Biólogo (UFOP), Mestre e Doutor em Ecologia (UFMG). A mais de 18 anos atua na coordenação de grandes projetos e equipes multidisciplinares na área socioambiental. Possui ampla experiência em Soluções baseadas na Natureza, Estoques de Carbono em Floresta Tropical, Mudanças Climáticas, Pagamento por Serviços Ambientais, Cidades, Adaptação e aumento da resiliência em cidades. Thiago Metzker é atualmente Diretor do IBAM - Instituto Bem Ambiental, Conselheiro do CMMCE-BH (Conselho Municipal de Mudanças Climáticas e Eficiência Energética de Belo Horizonte), integrante do GT COP30 do CFBIO e Membro do Conselho de Administração do IEF. Traduzindo a política internacional do clima para o público brasileiro, faz uma leitura crítica e acessível das negociações. Rumo à COP30, lidera projetos de inovação territorial, financiamento climático e infraestrutura verde voltadas para territórios e grupos vulneráveis.






