Premiação, ACT e novos debates marcam 4º dia do Festival Curicaca
- Rodrigo Carvalho
- há 37 minutos
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O Palco NIB do Festival Curicaca, apresentado pelo Ministério da Cultura e pela Petrobras por meio da Lei de Incentivo Cultural, teve mais um dia de agenda variada. Foram levados a debate, entre outros temas, urbanismo e conectividade, a nova fronteira energética na Margem Equatorial e a presença da mulher em cargos estratégicos, além de realizadas a premiação de soluções inovadoras para a indústria e a assinatura de um Acordo de Cooperação Técnica da ABDI com a Huawei,
O dia na Arena BRB, em Brasília, começou discutindo o grande dilema do Brasil sobre a exploração da Margem Equatorial, uma das maiores descobertas de petróleo dos últimos anos. O painel “A nova fronteira energética: o futuro começa na Amazônia” contou com André Pompeo Mendes, especialista em transição energética e clima, e Márcio Miranda, presidente do Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA).
A conversa abordou a tensão entre a promessa de desenvolvimento e geração de empregos para a Amazônia e, de outro lado, os riscos ambientais e o desafio de manter o Brasil como referência em sustentabilidade, buscando ouvir diferentes perspectivas e refletir sobre caminhos para o futuro energético do país.
Também no Palco NIB, “Do Wi Fi ao Asfalto: a cidade do futuro precisa ser para todos”, com a participação do diretor da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) Carlos Geraldo, tratou da integração entre urbanismo e conectividade para reduzir desigualdades e melhorar a vida nas cidades.
A painel reuniu, ainda, o presidente da Telebras, André Magalhães; o professor da UnB, Frederico Flósculo; o antropólogo Michel Alcoforado; e o gerente do Sebrae, Paulo Renato, em abordagens sobre como tecnologia, planejamento urbano e empreendedorismo podem convergir para cidades mais inclusivas e funcionais.
O diretor Carlos Geraldo enfatizou que não há digitalização sem conexão e apresentou iniciativas desenvolvidas pela ABDI que levam inovação do teste à escala, como o projeto Conecta 5G.
Segundo ele, pilotos e provas de conceito são essenciais para validar soluções que impactem a mobilidade, os serviços públicos e a competitividade das pequenas empresas. Citou ainda, como exemplos, sinais inteligentes e projetos de conectividade desenvolvidos pela Agência para a indústria com foco no cidadão.
Match ou crash?
A necessidade de o Poder Público fomentar e contratar inovação nas esferas federal, estadual e municipal, seus desafios e sucessos foi o tema do encontro Governo x Inovação: Match ou Crash?, no Palco BNDES.
No diálogo com representantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), do Banco Central e da Academia, o presidente da ABDI, fez referências ao Recircula Brasil, iniciativa inédita com participação da Agência que promove, por meio de notas fiscais eletrônicas, o rastreio do plástico em toda sua cadeia, até a reciclagem e reinserção.
A forma em que a cultura e a identidade brasileira podem impulsionar a inovação foi igualmente discutida no painel “Inovação com Identidade: como a cultura brasileira influencia produtos, processos e propósito na indústria”, realizado no Palco Inovação Finep. No encontro, a vice-presidente da área de Responsabilidade Social da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ana Claudia Gomes, falou sobre o Prêmio CBIC de Responsabilidade Social e do projeto “Se essa rua fosse minha”, que reforçam a importância do envolvimento social nas ações de sustentabilidade.
O futuro da Nova Indústria Brasil (NIB) também passa pela inclusão e liderança feminina. Não por acaso, o quarto dia do Festival Curicaca realizou o painel “Mulheres na Liderança Tech: o fator ‘Elas’ impulsionando a Nova Indústria Brasil”. A troca de ideias no palco Sebrae destacou que empresas com mulheres em cargos de liderança entregam até 10% mais resultados e que promover a presença feminina em posições estratégicas é essencial para impulsionar inovação, produtividade e competitividade no setor industrial.
“Apenas 19% das startups no mundo são lideradas por mulheres. Há barreiras estruturais, culturais e sociais — da misoginia às jornadas duplas — que desestimulam o investimento em negócios femininos”, observou Débora Lima, especialista da gerência de investimentos da ApexBrasil.
Desafio ABDI e Brasil Júnior
Jovens empreendedores também integraram a agenda desta sexta-feira. E, melhor ainda, vencendo prêmios por soluções inovadoras para desafios da indústria. Foi o caso dos representantes dos projetos Ecosistem, do Mato Grosso, uSense, do Paraná, e Biográficas Modulares Sustentáveis, da Bahia.
As iniciativas foram vencedoras das três categorias do Desafio ABDI e Brasil Júnior de Inovação – Edital Nova Indústria Brasil, concurso promovido pela ABDI para promover o uso de tecnologias emergentes e estimular novos talentos no setor produtivo. Cada uma recebeu o prêmio de R$ 20 mil.
Para coroar o dia, a ABDI e a Huawei, gigante chinesa de tecnologia, assinaram um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) voltado à promoção da inovação e da transformação digital no Brasil. O acordo foi firmado entre o presidente da ABDI, Ricardo Cappelli, e o presidente de Relações Públicas e Institucionais da Huawei no Brasil, Fred Xuhongbo.
A parceria tem como foco impulsionar o uso de tecnologias da Indústria 4.0 no setor produtivo, com ações como projetos-piloto, capacitações em 5G, inteligência artificial e internet das coisas, além do apoio a startups e pequenas empresas.
“Esse acordo nos traz a oportunidade de integração, de troca de experiências e de tecnologias que certamente abrirão novas possibilidades para os brasileiros e para a juventude do país”, celebrou Cappelli.
Fred Xuhongbo, por sua vez, ressaltou o potencial da capital federal como polo tecnológico. “Queremos que Brasília se torne uma cidade digital, talvez até uma cidade modelo. Assim como a China desenvolveu grandes polos de inovação, o Brasil também pode trilhar esse caminho”, projetou.
A apresentação musical de MC Hariel encerrou a programação do quarto dia do festival reunindo um público jovem animado que, da tecnologia, migrou para música à espera do último dia do evento, no fim de semana. O Festival Curicaca encerra sua programação neste sábado sambando com Jorge Aragão, às 20h.
O Festival Curicaca
A primeira edição do Festival Curicaca — batizado em homenagem à ave símbolo do Cerrado, conhecida por anunciar mudanças no tempo — nasce com um propósito claro: reposicionar o Distrito Federal como o epicentro da inovação industrial brasileira.
Inspirado no modelo descentralizado do evento norte-americano South by Southwest (SXSW), o festival levará conteúdos e experiências para diversos pontos da capital, promovendo uma verdadeira imersão na criatividade, tecnologia e cultura.
Com expectativa de reunir 100 mil pessoas ao longo de cinco dias, a programação inclui circuitos de startups, experiências sensoriais, gastronomia, games, exposições e shows.
A curadoria do Festival Curicaca está organizada em 10 trilhas de conhecimento, alinhadas às 6 missões da Nova Indústria Brasil (NIB). Na Arena BRB, os participantes encontrarão um ecossistema vibrante de palcos temáticos, com centenas de painéis e especialistas renomados. Cada palco foi cuidadosamente pensado para provocar reflexões estratégicas e atuais sobre os rumos do Brasil. São eles:
Palco NIB Petrobras: O palco principal do evento reunirá keynotes internacionais e debates sobre o futuro do Brasil. Entre os confirmados estão Mariano Gomide (VTEX) e Verena Paccola (Forbes Under 30). Os temas incluem a estratégia da Nova Indústria Brasil, descarbonização, robótica e o potencial brasileiro no cinema e no turismo global.
Palco Futuro (Sebrae): Dedicado a explorar o impacto da revolução tecnológica no trabalho e na sociedade, contará com nomes como Samuraí Brito (Itaú) e Maria Paula (atriz e mestra em saúde mental). Inteligência artificial, novos modelos de educação e bem-estar digital estarão em pauta.
Palco Indústria (BNDES): Voltado para tecnologia, capital e narrativas que moldam o futuro industrial, com Mariana Vasconcelos (Agrosmart), Camila Achutti (Mastertech), Daniel Balaban (ONU), Nina Santos (Políticas Digitais) e Billy Nascimento (Forebrain). Fundos de impacto, mobilidade, liderança digital e combate à desinformação serão debatidos.
Palco Inovação (Finep): Espaço para cases de empresas e startups que transformam pesquisa em impacto real. Entre os nomes confirmados estão Luana Raposo (Biotech) e Juliane Blainski (ManejeBem).
Palco Petrobras Cultural: Voltado à força da cultura brasileira, com shows, espetáculos e experiências que celebram a diversidade artística e a economia criativa.
Além dos palcos, a estrutura contará com experiências imersivas para toda família, como uma cidade futurística, experimentações científicas, feiras, desafios de inovação com startups e ativações do setor produtivo de todo o Brasil.
O Festival Curicaca tem o patrocínio cultural da Petrobras por meio da Lei Rouanet e do Ministério da Cultura, além de parceiros como BNDES, Embratur, Embrapii, ABIMDE, CNI, Senai, Sebrae, CNI, Finep, Huawei, Embrapa, Universidade Católica de Brasília, IFB, UNB, P&D Brasil, Ministério da Fazenda, MEC e MDIC.
SOBRE A ABDI
A ABDI é vinculada ao MDIC/Governo Federal e atua para fortalecer a indústria nacional, impulsionando a competitividade, inovação e sustentabilidade do setor produtivo.
SERVIÇO
Data: 7 a 11 de outubro de 2025Local: Arena BRB e outros pontos de Brasília (DF). Acesso imprensa: Portão A.Informações: www.abdi.com.br/curicacaAssessoria de imprensa: imprensacuricaca@abdi.com.brCredenciamento: clique aqui
Ingressos gratuitos no app “Festival Curicaca” ou pelo site: www.abdi.com.br/curicaca