Robótica educacional avança nas escolas e buscas por kits crescem 300% no último ano

A robótica educacional vem ganhando protagonismo na educação brasileira, trazendo uma abordagem mais dinâmica e prática para o ensino de disciplinas como matemática, ciências e tecnologia. Em vez de decorar fórmulas, estudantes constroem protótipos, programam movimentos e testam soluções em grupo – uma experiência que conecta o conteúdo das aulas ao mundo real.

Segundo dados da pesquisa Educação do Futuro, realizada pela plataforma Educacional, em parceria com a MindMiners, em 2022, 64% dos professores afirmam que o uso da robótica melhora o desempenho dos alunos em sala de aula. 

O levantamento, feito com 500 educadores de escolas públicas e privadas, apontou ainda que 71% dos docentes percebem aumento no engajamento dos estudantes quando tecnologias como kits robóticos são incorporadas ao currículo.

Além disso, a pesquisa TIC Educação 2023, conduzida pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), revelou que 34% das escolas brasileiras já utilizam algum tipo de ferramenta de robótica em atividades pedagógicas – índice que salta para 59% nas escolas privadas. 

O estudo entrevistou gestores escolares de 3.800 instituições em todas as regiões do país, refletindo o avanço gradual da prática. A robótica educacional integra a abordagem STEAM, que propõe um ensino interdisciplinar baseado em projetos e resolução de problemas. 

Em vez de lidar apenas com teoria, os alunos aplicam conceitos na prática, por meio da construção e programação de robôs. Esta metodologia favorece o pensamento crítico, a criatividade e o trabalho colaborativo – habilidades essenciais no contexto atual.

Kits de robótica em alta

Os kits de robótica são os principais instrumentos utilizados em sala de aula. Eles combinam sensores, motores, placas controladoras e softwares de programação visual. Um dos kits mais populares entre as instituições de ensino é o Lego, presente em muitas escolas brasileiras, por sua interface amigável e seu apelo lúdico, especialmente no ensino fundamental. 

Segundo um levantamento realizado pela agência de SEO Conversion, os termos “robô de lego passo a passo” e “lego mecatrônica” ambos apresentaram um aumento de buscas no Google de 300% entre os meses de junho de 2024 e junho de 2025. Tal comportamento revela o crescente interesse dos brasileiros pela modalidade e pelas ferramentas necessárias para integrá-la.

No entanto, outras soluções também têm ganhado espaço, como kits com Arduino e plataformas nacionais desenvolvidas por universidades. Eventos de grande porte também têm contribuído para consolidar o uso da robótica como ferramenta pedagógica. 

Perspectivas para o futuro

Em abril de 2024, Recife foi palco da etapa nacional da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR), que reuniu milhares de estudantes de escolas públicas e privadas. A iniciativa faz parte de um movimento maior, que busca democratizar o acesso à tecnologia nas escolas e despertar vocações desde cedo.

Mesmo com avanços importantes, o acesso à robótica educacional ainda é desigual. Segundo o mesmo levantamento da TIC Educação, escolas da região Norte têm metade da cobertura observada no Sudeste. 

Por isso, especialistas defendem a ampliação de políticas públicas e investimentos em formação docente para garantir que a robótica não seja um privilégio, mas um direito de todos os estudantes.

À medida que o mundo do trabalho passa por transformações aceleradas pela tecnologia, iniciativas como a robótica escolar se mostram fundamentais para preparar as novas gerações não apenas para carreiras do futuro, mas para uma cidadania ativa em uma sociedade cada vez mais digital.

Panorama da robótica educacional no Distrito Federal

No Distrito Federal, a robótica educacional tem sido incorporada de forma estratégica à rede pública de ensino, por meio de políticas integradas de inovação e programas como o Escola em Tempo Integral e o Inova Educação. 

Com apoio de universidades locais e centros de pesquisa, o DF investe na formação docente, na aquisição de tecnologias educacionais e na criação de espaços maker nas escolas, promovendo um ecossistema de aprendizagem que estimula a autonomia dos estudantes, a interdisciplinaridade e o desenvolvimento de competências alinhadas às demandas da sociedade digital.