Tron: Ares renova a saga com emoção e visuais incríveis
- Rodrigo Carvalho

- 10 de out.
- 3 min de leitura

Por: Rodrigo Carvalho
Assisti Tron: Ares, o terceiro filme da franquia, e saí do cinema com a sensação de que, finalmente, a série encontrou um novo rumo. O primeiro Tron: Uma Odisseia Eletrônica, de 1982, foi revolucionário para a época, um mergulho visual em um mundo digital completamente novo, mesmo sem ter o melhor roteiro do mundo. Eu lembro de ter visto esse filme quando era criança, talvez uma ou duas vezes, e o que ficou na memória foi o visual diferente, aquele universo de luzes e códigos. Já Tron: Legacy, de 2010, trouxe uma estética mais moderna e ousada, com a tentativa, ainda bem experimental, de rejuvenescimento digital do Jeff Bridges. O resultado hoje parece meio estranho, mas na época era algo inédito. Também não lembro tanto da história, só que o visual era incrível.
Agora, com Tron: Ares, a Disney parece ter aprendido com os acertos e erros do passado. O filme tenta se manter independente, sem depender demais dos anteriores, mas respeitando o legado da franquia. A história mostra um mundo onde a tecnologia evoluiu a ponto de ser possível escanear pessoas para dentro do computador e, o mais impressionante, imprimir programas e objetos digitais no mundo real. De um lado, temos Eve Kim (Greta Lee), uma cientista e executiva que quer usar essa tecnologia para causas humanitárias e ajudar pessoas. Do outro lado, está Julian Dillinger (Evan Peters), um empresário ambicioso que quer usar essa mesma tecnologia para fins militares, criando um programa de combate chamado Ares, interpretado por Jared Leto.
O grande problema é que tudo o que é impresso no mundo real só dura 29 minutos antes de desaparecer. A solução para isso está no chamado Código da Permanência, capaz de tornar as criações eternas fora do mundo digital. Eve Kim consegue o código primeiro, e Ares é enviado atrás dela, mas as coisas mudam quando ele começa a demonstrar curiosidade e até empatia pelos humanos. Ares, criado para ser uma arma, passa a questionar suas próprias ordens e o sentido da vida fora dos limites de um programa. É nesse conflito interno que o filme ganha força. Ele é, de certa forma, sobre o que nos torna reais e sobre a diferença entre existir e simplesmente funcionar.
Visualmente, o filme é um espetáculo. A estética de Tron continua viva, com aquele contraste de luzes néon, o design futurista, os trajes brilhantes e as paisagens digitais que parecem pinturas. A trilha sonora, assinada pelo Nine Inch Nails (Trent Reznor e Atticus Ross), é um show à parte, misturando tensão e melancolia com um som eletrônico pesado e envolvente. É impossível não se deixar levar pela imersão visual e sonora.
Claro que o roteiro tem suas conveniências. Algumas decisões dos personagens acontecem rápido demais, e há momentos em que o filme parece preferir a estética à profundidade. Ainda assim, é uma experiência divertida e equilibrada. São duas horas que passam sem tédio, com ritmo, ação e boas ideias. Tron: Ares pode não ser perfeito, mas é uma renovação interessante para a franquia. Jared Leto entrega um Ares carismático, quase humano demais para um programa, e isso dá um toque emocional que os filmes anteriores não tinham.
No fim das contas, Tron: Ares é um filme que vale a pena ver, especialmente no cinema, com o som alto e aquela imersão total nas luzes e na trilha. É visualmente deslumbrante, tem boas atuações e um roteiro que, apesar de alguns tropeços, consegue prender até o fim. Uma ficção científica com coração, e no caso de Tron, isso já é um grande passo à frente.
NOTA: 👾👾👾










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