Crise de enxaqueca pode incapacitar; Dr. Carlos Gropen explica estratégias para evitar as crises e melhorar a qualidade de vida
- Rodrigo Carvalho
- há 7 horas
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A enxaqueca é uma doença neurológica crônica, hereditária e incapacitante que afeta milhões de brasileiros. Dr. Carlos Gropen, especialista na área, explica como a enxaqueca ocorre no sistema nervoso, suas causas e sintomas, que podem durar até 72 horas, além de sugerir maneiras de amenizar a dor causada pelas crises.
Em 2018, a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconheceu a enxaqueca como uma das doenças mais incapacitantes, destacando sua gravidade e impacto na qualidade de vida dos pacientes. Apesar de ser uma condição crônica, ou seja, sem cura, existem diversas formas de tratar a dor aguda e, principalmente, preveni-la.
A enxaqueca afeta cerca de 15% da população brasileira, o que representa aproximadamente 31 milhões de pessoas. A maioria dos casos ocorre entre indivíduos com idades entre 25 e 45 anos, e o impacto na vida cotidiana pode ser devastador, prejudicando desde atividades simples até o desempenho profissional.
Como a enxaqueca acontece?
A enxaqueca é caracterizada por uma dor intensa, pulsante, geralmente em um lado da cabeça. O processo ocorre no sistema nervoso central, onde há uma série de eventos que envolvem alterações nos neurotransmissores, como a serotonina, e uma maior sensibilidade a estímulos externos. Além da dor, sintomas como náuseas, vômitos, fotofobia (sensibilidade à luz) e fonofobia (sensibilidade ao som) podem se manifestar.
Causas e fatores desencadeantes
As causas da enxaqueca podem ser variadas. Fatores genéticos desempenham um papel importante, mas também existem diversos gatilhos ambientais e comportamentais. Entre os principais desencadeantes estão:
Estresse e ansiedade;
Alterações hormonais, como no período menstrual;
Alimentação inadequada ou jejum prolongado;
Falta de sono ou sono excessivo;
Exposição à luz intensa ou barulho excessivo;
Mudanças no clima e alterações de pressão atmosférica.
Como prevenir a enxaqueca?
Embora a enxaqueca não tenha cura, existem medidas eficazes para prevenir as crises e minimizar seus efeitos:
-Manter uma rotina regular de sono: Dormir bem é essencial para evitar o desencadeamento de crises. Tente manter horários regulares para dormir e acordar.
-Evitar alimentos gatilhos: Certos alimentos, como chocolate, queijos curados, embutidos e alimentos processados, podem desencadear crises. Observe quais alimentos causam a dor e evite-os.
-Controlar o estresse: Técnicas de relaxamento, como meditação, yoga e atividades físicas regulares, ajudam a reduzir os níveis de estresse, um dos principais gatilhos da enxaqueca.
-Hidratação adequada: A desidratação pode aumentar a frequência e a intensidade das crises. Beber água regularmente é fundamental.
-Tratamento preventivo: Em casos de crises frequentes, o médico pode recomendar tratamentos preventivos, como medicamentos específicos que ajudam a reduzir a frequência e intensidade das crises.
Alívio durante a crise
Para os momentos de crise, o uso de medicamentos analgésicos, como anti-inflamatórios e medicamentos específicos para enxaqueca, pode ser necessário. Além disso, descansar em um ambiente tranquilo e escuro, evitando luzes intensas e sons altos, pode ajudar a aliviar os sintomas.
Apesar de ser uma condição crônica, com o tratamento adequado e a adoção de hábitos saudáveis, é possível conviver com a enxaqueca de forma mais controlada, minimizando as crises e melhorando a qualidade de vida.
Fonte: Dr. Carlos Gropen é especialista em Clínica Médica, Dor e Medicina Física e Reabilitação. É presidente da Sociedade de Estudos da Dor do Distrito Federal (SED-DF), membro da Associação Brasileira de Medicina Física e Reabilitação (ABMPR) e filiado à Associação Americana de Medicina Regenerativa (AARM). Fundador do Grupo de Terapêutica da Dor do Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB) desde 2007, também coordena o comitê de hipermobilidade da Associação Brasileira de Dor.
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