Gripe aviária: qual o risco de transmissão para humanos?
- Rodrigo Carvalho
- há 1 dia
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O Jardim Zoológico de Brasília foi fechado ao público nesta quarta-feira (28/5) após a morte de um pombo e de um pato levantar suspeitas de contaminação por gripe aviária. A decisão preventiva foi tomada pela direção do zoológico em conjunto com a Secretaria de Agricultura do Distrito Federal, que já iniciou análises técnicas e exames laboratoriais nos animais. Apesar do alerta, o Governo do Distrito Federal (GDF) informou que não há risco para a população. A medida visa garantir a segurança dos demais animais do local e impedir a disseminação do vírus influenza A, causador da gripe aviária.
A gripe aviária, também conhecida como influenza aviária ou gripe do frango, é uma infecção viral que afeta aves. De acordo com Margareti Medeiros, doutora em saúde animal e professora de doenças infecciosas no curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário UNICEPLAC, não há evidência de contaminação em humanos por meio da ingestão de carne ou ovos, uma vez que o vírus é sensível ao calor. “A transmissão ocorre principalmente por contato direto com aves doentes ou por meio de secreções, como fezes”, afirma.
Entre os principais sintomas observados em aves contaminadas, destacam-se o edema (inchaço) da crista e da barbela, a coloração arroxeada dessas estruturas (cianose), comportamento apático e perda de apetite. “Esses sinais indicam um possível quadro grave e exigem ação imediata das autoridades sanitárias”, orienta a médica veterinária.
E nos humanos?
“A transmissão entre pessoas não é comum”, afirma a professora Margareti. Segundo ela, nos raros casos em que o vírus afeta seres humanos, os sintomas são semelhantes aos da gripe comum e podem incluir febre, dor de garganta, dores musculares e no corpo, tosse seca, espirros, secreção nasal, calafrios e fraqueza. “Quando ocorrem casos humanos, o tratamento envolve o uso de antivirais, analgésicos e antitérmicos, com foco na redução dos sintomas”, completa a veterinária.
Prevenção e controle
Atualmente, não há tratamento eficaz para aves infectadas, sendo o abate sanitário o único método seguro para conter surtos. “Por isso, recomenda-se que aves de criação sejam mantidas afastadas de pássaros silvestres, que os ambientes sejam rigorosamente higienizados, e que a qualidade da água e o acesso de pessoas às granjas sejam controlados”, orienta a professora Margareti.
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