Thunderbolts: Quando nem o caos salva a fórmula cansada da Marvel
- Rodrigo Carvalho
- há 15 minutos
- 2 min de leitura

Assisti a Thunderbolts* — com asterisco mesmo, e já explico. O novo filme da Marvel tenta reunir seus anti-heróis mais secundários em uma missão suicida que, ironicamente, não tem muito impacto. Estão lá Yelena Belova (Florence Pugh), Guardião Vermelho (David Harbour), o fracassado Capitão América John Walker (Wyatt Russell), Soldado Invernal (Sebastian Stan), Fantasma (Hannah John-Kamen), Treinadora (Olga Kurylenko) e Bob (Lewis Pullman). Todos reunidos numa trama que começa tentando parecer séria e termina parecendo um episódio de terapia em grupo.
A premissa é simples: a líder Valentina Allegra (Julia Louis-Dreyfus) arma uma cilada para que os membros do grupo se aniquilem e virem pó — literalmente. Mas o plano falha, os anti-heróis sobrevivem e decidem se vingar. A grande virada vem com a revelação de que Bob é, na verdade, o Sentinela — uma arma viva de poder absurdo, manipulada por Valentina até se voltar contra tudo e todos ao se ver como um deus acima da humanidade.
A partir daí, o filme toma um rumo estranho: o Sentinela dá lugar ao Vácuo, uma entidade sombria que representa sua face destrutiva e que só pode ser derrotada no plano mental, em uma espécie de batalha “à la Divertidamente dark”. Sim, o clímax do longa se passa literalmente “dentro do Vácuo” — uma metáfora que o filme tenta usar para falar de depressão, trauma e controle emocional. A ideia até seria boa, se não estivesse soterrada por clichês, barrigas narrativas e diálogos expositivos demais.
A primeira meia hora é um verdadeiro teste de paciência. Não estou exagerando: na cabine de imprensa em que estive, um jornalista dormiu. E roncou. O filme só engrena mesmo quando o Sentinela entra em ação — e mesmo assim, são míseros cinco minutos de ação de verdade antes de voltar ao marasmo. Quando finalmente chega à batalha final no campo mental, o longa até arrisca um pouco de originalidade, mas soa mais como um desvio esquisito do que como um clímax épico.
No fim, Thunderbolts* (com asterisco, porque o filme parece um rodapé do MCU) é mais um produto da fórmula desgastada da Marvel: muitas promessas, pouca entrega. É um filme com boas ideias perdidas em um roteiro preguiçoso e cheio de conveniências. A cena pós-créditos tenta amarrar o universo com o Quarteto Fantástico, mas já não surpreende mais ninguém. É um filme aceitável, e só. Nem heróis, nem vilões, nem anti-heróis salvam esse tropeço do estúdio.
NOTA: 👍👍👎👎👎
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