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Virgínia depõe na CPI das Bets e rebate críticas: “Se faz tão mal, por que está regulamentando?”


A influenciadora Virgínia Fonseca presta depoimento nesta terça-feira (13/5) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Apostas Esportivas, conhecida como CPI das Bets, no Senado. Convocada como testemunha, ela abriu mão do direito ao silêncio e respondeu aos questionamentos dos senadores sobre sua relação com plataformas de apostas online, especialmente sobre a influência que exerce sobre seus mais de 53 milhões de seguidores.  

Criada para investigar a atuação das empresas de apostas esportivas no Brasil, a CPI também busca apurar possíveis crimes como lavagem de dinheiro, manipulação de resultados e o impacto econômico das apostas no orçamento das famílias. O foco atual da comissão tem sido a contratação de influenciadores para promover plataformas. 

O tom da sessão esquentou quando ela foi questionada sobre os impactos sociais da atividade. “Se realmente faz tão mal para a população, proíbe tudo. Por que está regulamentando?”, disparou a influenciadora. 

No caso de Virgínia, a matéria apontou um adiantamento de R$50 milhões de uma plataforma em 2022 e uma comissão de 30% sobre o valor perdido pelos usuários que acessarem o site por meio de seu link. O modelo, apelidado informalmente de “cachê da desgraça alheia”, foi duramente criticado por parlamentares. 

A relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), foi quem solicitou a convocação da influenciadora. A estratégia da comissão inclui ouvir outras celebridades, como Felipe Prior e Deolane Bezerra, esta última investigada por lavagem de dinheiro ligada a apostas ilegais. 

Para a advogada Bruna Zanini, especialista em direito empresarial e digital, o caso de Virgínia lança luz sobre um ponto delicado: a responsabilidade dos criadores de conteúdo diante do impacto de suas ações comerciais. “A convocação da influenciadora Virgínia Fonseca à CPI das Bets reforça a atenção do Legislativo à atuação de criadores de conteúdo na divulgação de plataformas de apostas online. É inegável que influenciadores exercem forte influência sobre sua audiência, o que torna ainda mais relevante a discussão sobre os limites e responsabilidades dessa atividade”, avalia. 

A especialista defende que o tema seja tratado com equilíbrio e segurança jurídica. “É essencial que o debate ocorra com respeito à liberdade de expressão, reconhecendo que muitos influenciadores atuam de forma lícita, por meio de contratos publicitários regulares. A discussão sobre limites claros e equilibrados é o caminho para proteger tanto os consumidores quanto os profissionais do meio digital”, conclui. 

Apesar do tom inicial ameno, o depoimento de Virgínia foi marcado por momentos de tensão e até episódios inusitados, como o pedido de selfie feito pelo senador Cleitinho (Republicanos-MG). A CPI das Bets segue ouvindo novas testemunhas e aprofundando as investigações sobre as conexões entre apostas, publicidade digital e crimes financeiros. 


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