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6 de maio: Dia da Matemática inspira ações para aproximar crianças da “rainha das ciências”


No dia 6 de maio, o Brasil celebra o Dia Nacional da Matemática, data que homenageia o nascimento de Júlio César de Melo e Sousa, mais conhecido pelo pseudônimo Malba Tahan, autor de obras como O Homem que Calculava. A comemoração reforça a importância de uma ciência essencial, mas que ainda enfrenta grandes desafios no país. Segundo os dados mais recentes do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), atualizados no portal QEdu pelo Iede, apenas 5% dos estudantes do 3º ano do ensino médio apresentam aprendizado adequado em matemática.

O número, que se mantém inalterado desde a avaliação anterior, evidencia a dificuldade contínua do Brasil em ensinar matemática. No 9º ano, somente 16% dos alunos atingiram o nível considerado adequado (a soma dos níveis proficiente e avançado). A desigualdade racial também é alarmante: entre estudantes brancos, 8% alcançaram o desempenho ideal; entre os pretos, apenas 3%. Além disso, 59% dos alunos do 3º ano do ensino médio estão no nível mais baixo da escala, o insuficiente.

Na Maple Bear, rede de ensino bilíngue com metodologia baseada no modelo canadense, a matemática é tratada de maneira integrada, prática e exploratória. Para a professora de matemática Aryel, o ensino da disciplina vai muito além da memorização de fórmulas. “Trabalhamos com manipulativos, jogos e muitos desafios, mas tudo começa com a exploração. É nesse momento que o aluno busca, com os recursos que já tem, soluções para novos problemas. Isso é essencial para construir uma base sólida e significativa”, explica.

A proposta da escola é colocar o aluno como protagonista de sua aprendizagem, com o desenvolvimento gradual do pensamento algébrico e da resolução de problemas. A matemática, segundo Aryel, é trabalhada de forma cíclica, com aumento progressivo da complexidade. “Antes de apresentar a teoria, é preciso permitir que a criança pense, tente, erre. Só depois disso é que se fecha a lacuna com o conteúdo formal”, afirma a professora.

Dicas da professora para ajudar as crianças a gostarem mais de matemática:

  • Evite resolver o problema pelo seu filho: “Peça que ele explique com suas palavras, desenhe ou use objetos. Isso fortalece o raciocínio e mostra onde estão as dúvidas.”

  • Valorize o erro como parte do processo: não se deve apontar diretamente onde está o erro. “Questione o que foi feito para que a criança perceba sozinha. Isso aumenta a compreensão e reduz as chances de repetir o mesmo equívoco”, explica a professora.

  • Use recursos lúdicos: jogos como Uno e Banco Imobiliário, além de plataformas online e materiais como tangram e material dourado, podem facilitar a visualização e a internalização dos conceitos. 

  • Aproveite o dia a dia: Cozinhar, contar dinheiro, organizar horários e até andar pela casa podem ser oportunidades para desenvolver senso numérico e reconhecimento de grandezas.

  • Traga a matemática para além do quadro: Fitas no chão podem ajudar no uso do transferidor, e uma simples gangorra pode introduzir o conceito de equações de forma concreta e divertida.

  • Trabalhe a linguagem matemática: Entender expressões como “e” e “ou” dentro de um problema pode fazer toda a diferença. “Essa familiaridade com a linguagem matemática é o que transforma o raciocínio em ferramenta de autonomia”, finaliza a professora.

Neste 6 de maio, a lembrança é clara: a matemática está por toda parte. Ao cozinhar, medir o tempo, planejar uma viagem ou montar um orçamento familiar, ela se apresenta como ferramenta essencial para a vida em sociedade. A data é um convite para quebrar barreiras, reconstruir a relação com a disciplina e transformar o aprendizado em algo significativo e prazeroso desde os primeiros anos escolares. Afinal, como defende a professora Aryel, "math makes sense" e pode, sim, ser divertida para todos.


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